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Qual o elo da cadeia mais promove a carne bovina?

Afinal, qual elo da cadeia mais promove a carne bovina?

Essa é uma questão que foi discutida no mercado dos Estados Unidos e o Farmnews achou importante compartilhar alguns pontos desse assunto.

O fato é que há, conhecidamente, uma disparidade entre as margens dos vários centros de lucro de carne bovina. E isso esconde uma verdade: aqueles que ganham mais dinheiro podem não contribuir, como deveriam, com a promoção da carne bovina. E para ajudar nesta reflexão, vamos analisar alguns dados do USDA.

De 1989 a 2017, a margem bruta do pecuarista foi a que menos aumentou nos Estados Unidos. Isso porque a margem dos pecuaristas evoluiu 75,2% no período, enquanto a margem bruta do atacado aumentou 85,2% e a do varejo aumentou 115,4%.

E vale destacar que desde 1989, o governo do país exige que toda vez que um animal vivo for negociado, US$1,0 é pago e destinado a um fundo que é usado para, além de outras coisas, ajudar a vender mais carne bovina.

O varejista promove a carne com suas atividades promocionais. No entanto, com pouca marca de carne, a promoção de carne bovina é de natureza puramente genérica. Há pouca diferenciação de produto.

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E o que é importante destacar: não há dúvida de que os custos associados a cada um dos elos da cadeia, ou seja, pecuarista, atacadista e varejista são completamente diferentes.

A diferença se resume ao custo dos insumos – mão de obra, terra, matéria-prima, infraestrutura etc. O problema com essa comparação é o valor do dinheiro no tempo. O pecuarista que produz animais, investe na fazenda e “colhe” seus resultados de um ciclo em torno de 23 meses depois no caso dos Estados Unidos (isso incluindo a reprodução). E isso é muito tempo para ter seu capital comprometido.

O processador, por outro lado, possui grandes investimentos em instalações e equipamentos que devem ser amortizados e pagos. Já o varejista tem um grande investimento em mão-de-obra apenas para manter as portas das lojas abertas.

No entanto, com as margens do varejo se aproximando de 35% a 40% e as margens do fazendeiro inferiores a 20%, certamente há espaço para mais gastos de marketing com aqueles mais próximos ao consumidor, o varejista.

E vale lembrar, como mencionado acima, que o fazendeiro é forçado a contribuir para um fundo de promoção pelo USDA. O varejista é forçado ao marketing pela necessidade de venda, mas que, muitas vezes, não se traduz em um programa de promoção eficaz.

A questão toda por lá, nos Estados Unidos e, claro, vale por aqui também é que, se quisermos mais vendas de carne bovina, vamos ter que apelar para o consumidor mais diretamente e com mais frequência. E isso vai levar dinheiro. Muitos disso. Mas quem vai pagar por isso?

Clique aqui para acessar o artigo original, na íntegra!

O Farmnews apresenta o trabalho de pesquisa de Daniel Cabral que estudou os “ Diferenciais das marcas de carne bovina premium ”, realizado durante o MBA em Gestão do Agro na ESALQ-USP. Clique aqui e saiba mais!

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Ivan Formigoni

Zootecnista, Fundador do Farmnews e interessado em fornecer informações úteis aos nossos leitores!

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