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Sem produtores rurais e sem fazendas, não há comida!

Pode parecer óbvio dizer que sem fazendas, não há alimento. Mas na prática muitos esquecem da importância dos produtores rurais!

O fato é que o crescimento econômico e populacional são importantes motores de transformação da sociedade. E isso está relacionado a produção de alimentos e, por consequência, aos produtores rurais!

O Farmnews destaca uma das principais questões relacionadas a produção de alimento no mundo: como alimentar uma população em constante crescimento? Clique aqui!

Teremos uma população mais urbana, mais idosa, mais rica e mais exigente, demandando mais frutas, legumes, proteína animal, além de alimentos mais elaborados e sofisticados.

Nesse aspecto, a importância da agricultura e dos produtores rurais para a humanidade cresce em uma escalada sem precedentes (clique aqui).

Afinal, sem produtores rurais e sem fazendas não há sistema alimentar.

Esta discussão ocorre em meio a um grande debate relacionado aos modelos de produção de alimentos mais adequados para o futuro.

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Para melhor contextualizar esta discussão, é preciso examinar os números levantados pela FAO, em 2016, sobre os produtores rurais no mundo. O estudo cobriu 167 países, que representam 96% da população mundial, 97% da população ativa na agricultura e 90% das terras agrícolas, mostrando existirem cerca de 570 milhões de propriedades rurais em todo o globo.

A Ásia concentra 74% delas, sendo que a China responde por 35% e a Índia, por 24%. Nove por cento são encontrados na África Subsaariana, e 7% na Europa e Ásia Central. Fazendas na América Latina e Caribe representam 4% e apenas 3% estão localizadas no Oriente Médio e no norte da África. Treze por cento das fazendas estão em países de baixa renda e 4% nos países mais ricos, ficando os países em desenvolvimento de renda mediana com 83% de todas as propriedades rurais do globo.

A FAO estudou também uma amostra de 111 países e territórios com um total de cerca de 460 milhões de propriedades rurais e concluiu que 72% delas têm menos de um hectare, 12% têm entre 1 e 2 hectares, 10%, entre 2 e 5 hectares.

Apenas 6% das fazendas do mundo são maiores que 5 hectares. Com o crescimento populacional, a tendência é de fragmentação ainda maior das unidades produtivas nos países mais pobres. Durante a última década, na África, o tamanho médio das propriedades foi reduzido de 2,4 para 2,1 hectares, e de 2,2 para 1,1 hectares na Índia, entre 1970 e 2011.

Estudos da FAO também revelam que o progresso e o crescimento da renda provocam a redução no número de agricultores e o aumento no tamanho das propriedades. As maiores, com uma superfície superior a 5 hectares, cobrem 27% das terras em países de baixa renda, 43% nos países de renda média baixa, 96% nos países de renda média alta, e 97% em países de alta renda.

Países desenvolvidos, grandes produtores e exportadores de alimentos, como Estados Unidos e Holanda, por exemplo, têm menos de 1% da força de trabalho no campo. Ainda assim, cerca de 14% da economia holandesa e 5.5% da gigantesca economia americana resultam da produção agrícola.

O mundo precisará investir na intensificação do uso das terras já destinadas à produção, além de expansão de área, com rigoroso balizamento na sustentabilidade. O Farmnews trabalhou alguns números da FAO que apresenta o potencial de expansão agrícola no mundo (clique aqui). Veja também estudo detalha uso da área agrícola no Brasil (clique aqui).

Pois é, de escala grande ou pequena, é fundamental que todos reconheçam a importância das propriedades e dos produtores rurais para o futuro da sociedade.

Adaptado de Maurício Lopes, presidente da Embrapa

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Ivan Formigoni

Zootecnista, Fundador do Farmnews e interessado em fornecer informações úteis aos nossos leitores!

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