A logística, que deveria ser um diferencial competitivo, virou um gargalo histórico do agronegócio!
O Brasil bate recorde na produção, mas a logística ‘racha’: A revolução digital é o único caminho contra o colapso do frete mínimo”.
Como especialista em inovação e atento aos movimentos de mercado, venho refletir sobre o atual panorama do agronegócio brasileiro, um setor que, mais uma vez, prova sua força produtiva, mas expõe, de forma dramática, a fragilidade de sua infraestrutura logística.
O mais recente Report View Outubro/25 da GoFlux não é apenas um relatório de mercado; é um diagnóstico urgente que clama por uma revolução, e a chave para isso está na inovação e digitalização.
O Brasil caminha para uma safra recorde, com a soja podendo atingir 177,6 milhões de toneladas e o milho 138,6 milhões de toneladas na safra 2025/26. Essa explosão de produção, que gera riquezas e divisas para o País, revela um paradoxo preocupante: nosso sucesso produtivo está sendo engolido por um sistema de escoamento deficiente. A logística, que deveria ser um diferencial competitivo, virou um gargalo histórico.
A Crise do frete mínimo e o alerta do CEO Rodrigo Gonçalves
O ponto de inflexão mais urgente, e brilhantemente abordado na Carta do CEO 3, foi a fiscalização do frete mínimo (Lei 10.233 de 05 de junho de 2021), que se intensificou em 06/10/2025. O mercado, que ignorou o tema por anos, agora enfrenta multas e um ambiente difícil. A sanha arrecadadora pegou o setor desprevenido
Como especialista, vejo que a intenção da lei (proteger o transportador autônomo) é nobre, mas o instrumento — a tabela de preço mínimo em um mercado de livre concorrência — é catastrófico.
A Carta do CEO acerta ao questionar: “Se tabelássemos o preço da soja ou dos insumos, teríamos um colapso econômico. O tabelamento no frete gera o risco de perda de competitividade, com o custo sendo repassado ao produtor e, em última instância, afastando compradores internacionais para mercados mais eficientes, como Argentina ou EUA.
O cerne do problema não é a falta de uma tabela, mas sim a falta de produtividade. Como podemos ter um frete justo se os caminhões rodam 40% do tempo vazios ou esperam mais de 12 horas para carregar ou descarregar? Esse é um problema de conexão e eficiência, e é aqui que a inovação entra como a solução definitiva.
Desafios e Oportunidades: A Inovação como ponte
O momento é de crise, mas toda crise é um catalisador de grandes mudanças. O Report goFlux aponta os desafios e, simultaneamente, as oportunidades para quem inova:
1. Desafio: Ineficiência e falta de produtividade
- Ameaça: Caminhões vazios e longos tempos de espera geram custos que o tabelamento apenas disfarça, mas não resolve14.
- Oportunidade de Inovação (Digitalização da Cadeia): Precisamos usar a tecnologia para conectar digitalmente as operações e reduzir drasticamente o tempo vazio e a espera por uma nova carga. Ferramentas como o goFlux View e seu Índice (IGFF) e Forecast são exemplos de como a Inteligência Artificial e a análise de dados (Analytics) podem otimizar a rota, a precificação e a gestão da frota.
2. Desafio: Volatilidade de custos e incerteza do frete
- Ameaça: O mercado de fretes sofre forte influência de indicadores como Dólar, Milho, IGPM, Diesel e, agora, a insegurança do tabelamento.
- Oportunidade de Inovação (Previsibilidade e Gestão de Risco): A tecnologia pode transformar dados em previsibilidade. O Forecast da goFlux é crucial nesse cenário, pois projeta o frete futuro em três cenários, permitindo que embarcadores e transportadores travem custos e se preparem para as variações (como a pressão altista prevista para fertilizantes até novembro e a leve alta nos grãos). Em um mercado volátil, precificar melhor com o uso de dados é ser mais inteligente.
3. Desafio: Compliance e Integridade da Contratação
- Ameaça: A Carta do CEO menciona a perda de valor na cadeia por pagamento de propina (“bola”). Sabemos o quanto a corrupção é um dreno de valor em nossa cadeia e no nosso país
- Oportunidade de Inovação (Governança e Transparência): A digitalização da contratação do frete é o antídoto direto contra a corrupção e a falta de compliance. A própria goFlux se destaca como a Primeira Logtech ISO 27001, garantindo confidencialidade, integridade e disponibilidade na proteção de dados, o que é fundamental para construir um mercado de fretes seguro e transparente.
4. Desafio: Atraso da logística em relação ao agro
- Ameaça: Enquanto o agronegócio dentro da porteira é um benchmark espetacular de produtividade, a logística pós-porteira não acompanhou o ritmo.
- Oportunidade de Inovação (Integração e Ecossistema): A solução passa pela conexão total de todos os agentes da cadeia (embarcadores, transportadoras e empresas de tecnologia). Não se trata apenas de software, mas de uma mudança de mentalidade, onde a informação flui livremente para otimizar o capital e o giro na carga/descarga.
Conclusão: Correr, Transformar e ter a Coragem de Liderar
O cenário é complexo. Temos uma safra gigantesca, preços de insumos voláteis e a interferência da lei do frete mínimo. O Report View nos lembra que a logística não pode mais ser um custo repassado cegamente, mas sim uma área estratégica que exige transformação real.
Eu reitero: Precisamos “trocar o pneu desse caminhão com ele andando rápido em direção à 2026”. A resposta não está na burocracia, mas na Logística 4.0, em algoritmos que garantam o frete justo pela eficiência e não por imposição legal.
É hora de usar a inteligência de mercado, como a goFlux propõe, para garantir que o motorista/transportador tenha sustentabilidade financeira porque seu ativo roda e se paga, e não porque uma tabela o define.
Gostaria de parabenizar a goFlux e seu presidente, Rodrigo Gonçalves. Eles representam a nova geração de AgTechs que eu não me canso de elogiar, por unirem o poder disruptivo da tecnologia com uma empatia e transparência raras pelos problemas da ponta. Ao serem a Primeira Logtech ISO 27001 , eles demonstram que é possível inovar, garantir segurança e, ao mesmo tempo, ser informativo e transparente – desde a “Carta do CEO” até as pessoas que lidam no dia a dia com a ambiguidade do maravilhoso agronegócio brasileiro.
O Brasil tem a chance de transformar o maior gargalo do agro no seu próximo grande diferencial competitivo. A hora de agir é agora! Porque, como líderes de mercado e de inovação, problemas temos que enfrentar e colocar na mesa, e não embaixo do tapete.
Renato Seraphim também destacou para o fato de não existe crise no agronegócio, mas um ajuste cíclico que expõe as vulnerabilidades do setor diante de gargalo logístico, volatilidade e necessidade de agregar valor do produto! Clique aqui e saiba mais!
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