A polêmica decisão do governo que afeta a Amazônia

O Farmnews destaca para a comentada e polêmica decisão do governo brasileiro que afeta diretamente a Amazônia.
O leitor pode pensar: mas qual a relação da notícia com o agronegócio. No primeiro momento, a decisão afeta outro setor, o de mineração. Diretamente, nada envolve a pecuária da região, pelo menos por enquanto.
No entanto, vale destacar o assunto e aproveitar a ocasião para ressaltar que os agricultores e pecuaristas estão preservando cada vez mais o meio ambiente (clique aqui e saiba mais do assunto).
Aliás, a Embrapa, a partir de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) destaca a importância da agricultura na preservação ambiental (clique aqui).
Estamos dizendo isso pois ao longo de 2017 a pecuária sofreu alguns golpes e vale o caso para relembrar os leitores da importância do agronegócio para o país e que ela é um dos responsáveis pela preservação do meio-ambiente.
Mas já que estamos falando do assunto, vamos entender melhor o caso na Amazônia.
Em meados de 1980, uma região da floresta amazônica entre o Pará e Amapá comparada à Serra dos Carajás por seu potencial mineral despertava o interesse de investidores brasileiros e estrangeiros.
Para salvaguardar sua exploração, o então governo militar decretou em 1984 que grupos privados estavam proibidos de explorar a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), uma área de quase 47 mil km quadrados – maior que o território da Dinamarca. A ideia era que a administração federal pesquisasse e explorasse suas jazidas.
Nos anos seguintes, no entanto, o projeto avançou pouco, e a riqueza natural da área levou à criação de nove zonas de proteção dentro da Renca, entre elas reservas indígenas. A possibilidade de mineração foi, então, banida.
Assinado pelo presidente Michel Temer, o decreto nº 9.142 extingue a Renca e libera a região para a exploração privada de minérios como ouro, manganês, cobre, ferro e outros.
Em meio à crise econômica, o Ministério de Minas e Energia argumenta que a medida vai revitalizar a mineração brasileira, que representa 4% do PIB e produziu o equivalente a US$25 bilhões (R$78 bilhões) em 2016, mas que vinha sofrendo com a redução das taxas de crescimento global e com as mudanças na matriz de consumo, voltadas hoje para a China.
O ministério garante que o decreto cumprirá legislações específicas sobre a preservação da área. Ou seja, áreas de proteção integral (onde não é permitida a habitação humana) e terras indígenas serão mantidas.
No entanto, a iniciativa foi bombardeada por especialistas brasileiros e estrangeiros, que acreditam que os prejuízos da mineração serão sentidos amplamente.
Segundo especialistas, o maior impacto não será na área de mineração, mas indireto. Haverá um influxo de pessoas que levará a mais desmatamento, mais retirada de madeira e mais incêndios.
Vale lembrar que a mineração é altamente poluidora e tem poucos benefícios para a população local. É uma visão muito simplista do governo de dizer que só uma área será afetada, apontam os especialistas.
A Amazônia brasileira chegou a ter recorde de 80% na queda do desmatamento entre 2004 e 2012, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Mas voltou a crescer nos últimos cinco anos – embora uma tendência comece a indicar novamente uma redução. Além disso, 2015 e 2016 foram anos recordes de queimadas na região, segundo dados do Inpe.
Adaptado de BBC Brasil
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