O consumo de carne bovina ainda não retomou o fôlego, o que deve acontecer a partir do pagamento dos salários.
A espera pelo quinto dia útil mantém limitado o poder de compra do consumidor. Na primeira semana de setembro, mesmo com a virada do mês trazendo expectativa de maior consumo, a demanda deve se aquecer ao longo do final de semana, com o pagamento dos salários no quinto dia útil (setembro, 5). Assim, os consumidores devem intensificar as compras a partir do final de semana.
No mercado atacadista de carne com osso, as carcaças casadas apresentaram aumento nas cotações.
A carcaça casada do boi capão teve valorização de 1,7%, alcançando R$20,75/kg. Para as demais categorias, a alta foi de 0,5%, com o boi inteiro e a novilha cotados a R$19,50/kg e a vaca a R$19,00/kg.
No segmento de carne desossada, o preço médio geral apresentou valorização de 0,8%, impulsionado pelos cortes do traseiro.
A cotação média dos cortes do traseiro registrou alta de 1,2%, com exceção do músculo, que recuou 1,5%. Entre os cortes, a picanha B se destacou com acréscimo de 3,0%.
Já no dianteiro, o preço médio caiu 0,7%, pressionado pela queda generalizada, sendo o peito o corte mais impactado, com recuo de 1,3%.
No varejo, o comportamento foi misto, com dois estados registrando aumento e os outros dois quedas nos preços.
Paraná e Rio de Janeiro apresentaram variação positiva de 0,3% e 0,1%, respectivamente. No Paraná, dos 21 cortes monitorados, 10 tiveram valorização, nove recuaram e dois permaneceram estáveis. As maiores oscilações foram do filé mignon com cordão (3,7%) e da picanha (3,5%). Já no Rio de Janeiro, a quantidade de cortes em alta, queda e que se mantiveram estáveis foi igual, com destaque para a paleta, que cedeu 3,0%, e o contrafilé, que subiu 2,7%.
Na contramão, São Paulo apresentou queda na cotação média de 1,1% e Minas Gerais de 0,2%. Em São Paulo, 15 cortes recuaram, dois subiram e quatro não tiveram alteração. A costela e a maminha foram os cortes com as maiores quedas, de 3,7% e 3,5%, respectivamente. Em Minas Gerais, oito cortes apresentaram retração, sete se mantiveram estáveis e seis registraram valorização, com destaque para o acém, que aumentou 3,4%, e o coxão mole, que recuou 2,9%.
No curto prazo, o consumo de carne bovina deve aumentar após o recebimento dos salários e a expectativa é de menor pressão negativa sobre os preços dos cortes no varejo.
Relação de troca
Considerando agosto, do primeiro ao último dia útil, o dianteiro acumulou alta de 4,5% ou R$0,70/kg, fechando em R$16,20/kg.
O frango médio* teve aumento de 0,3% ou R$0,02/kg em sua cotação, negociado em R$6,35/kg. Dessa forma, a relação de troca piorou em 4,2% para a carne bovina frente ao frango. Enquanto no início do mês 1kg de dianteiro comprava 2,45kg de carne de frango, no fim passou a comprar 2,55kg.
Já o suíno especial** registrou alta expressiva frente às outras duas proteínas, com aumento de 15,0% ou R$1,80/kg no período. Nesse contexto, a relação de troca melhorou 9,1% para a carne bovina, se antes 1kg de dianteiro comprava 1,29kg de carne suína, finalizou passando a adquirir 1,17kg.
*Ave que leva em consideração o peso médio da linhagem para um lote misto, com rendimento de carcaça estimado em 74,0%.
**Animal abatido, sem vísceras, patas, rabo e gargantilha.
A Tabela apresenta os dados do preço médio dos cortes no atacado no início de setembro e, a respectiva variação semanal, mensal e anual.

E além do consumo doméstico com perspectiva otimista no curto prazo e para os meses finais do ano, vale destacar que a exportação de carne bovina in natura do Brasil somou 268,56 mil toneladas métricas em agosto de 2025, o maior valor para o período do ano. Clique aqui e confira os dados! E esse recorde aconteceu principalmente devido ao forte aumento do ritmo de compra do maior importador de carne bovina do Brasil, a China (clique aqui).
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