quinta-feira, dezembro 4, 2025

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Confinamento em 2025: margem estreita entre lucro e prejuízo!

O sucesso no confinamento em 2025 não será para quem gosta de se aventurar, mas para quem é gestor de verdade, com ótima gestão, excelente genética e os custos sob controle total.

O otimismo voltou a rondar o mercado do boi gordo, e as projeções de preços para a arroba já fazem o pecuarista pensar em acelerar. Mas, como nem tudo são flores, essa boa notícia vem com um contraponto perigoso: o custo para comprar o gado magro e o preço da diária no cocho não param de subir.

E por falar em otimismo, o Farmnews atualizou os dados do preço corrigido do boi gordo, média da primeira metade de cada ano, entre 2010 e 2025. Clique aqui!

Para se dar bem nesse jogo, só otimismo não basta. É preciso ter a cabeça fria e uma estratégia bem amarrada, onde cada centavo faz diferença. Uma simulação recente joga uma luz nesse cenário e mostra como a linha entre o sucesso e o prejuízo está cada vez mais fina.

Vamos aos números. Em uma simulação de 100 dias com garrotes Nelore de 390 kg e um ganho de peso diário (GMD) de 1,65 kg, o resultado final parece animador. Com o animal de reposição custando R$4.200,00 e a diária a R$18,50, vender a arroba a R$ 25,00 renderia um lucro bruto de R$623,88 por cabeça. Uma margem de 9,35% pode até parecer confortável, mas é aí que mora o perigo. O custo para produzir cada arroba chega a R$294,62, colado no preço de venda.

É na análise de sensibilidade que as preocupações aparecem. A Figura abaixo não deixa mentir: o lucro da operação é uma vidraça em dia de chuva de granizo, extremamente sensível a qualquer mudança. Enquanto a receita sobe com a arroba valorizada, os custos de aquisição e da diária agem como uma pinça, espremendo a rentabilidade. Um vacilo no GMD, um susto no preço da ração ou uma pequena escorregada no valor de venda do boi gordo podem, sem muito esforço, levar o resultado para o vermelho.

Observando a Figura acima com mais atenção, vemos o ponto de equilíbrio da operação se formando visualmente. A linha azul do lucro total sobe de forma agressiva, mas parte de um patamar negativo, mostrando o peso do investimento inicial e dos possíveis problemas com custos elevados e falhas técnicas. O cruzamento dessa linha com o eixo zero acontece por volta do ‘Cenário -2’, um sinal claro de que a margem para imprevistos é mínima. Qualquer cenário pior que isso já representa prejuízo. A inclinação acentuada dessa linha de lucro demonstra o alto grau de alavancagem da atividade: pequenas melhorias nos parâmetros multiplicam os ganhos, mas, da mesma forma, pequenas pioras podem levar a perdas expressivas. É a representação visual do risco que o pecuarista corre.

Portanto, o recado é claro. Não dá para se iludir apenas com a expectativa de bons preços na hora da venda.

O sucesso no confinamento em 2025 não será para quem gosta de se aventurar, mas para quem é gestor de verdade, com ótima gestão, excelente genética e os custos sob controle total. A oportunidade está na mesa, mas a margem para erro nunca esteve tão apertada.

Veja também que a recria intensiva vai muito além de apenas acelerar o ganho de peso. Trata-se de uma verdadeira fábrica de supergarrotes com desempenho econômico. Clique aqui!

Aliás, o Farmnews em parceria com Ricardo Brumatti e Maurício Scoton tem apresentado diversos conteúdos relacionados a gestão e eficiência produtiva. Entre eles, vale destacar que o lucro do confinamento é dependente de uma série de variáveis sensíveis, especialmente do custo da compra dos animais. Clique aqui e saiba mais!

Vale lembrar também que foi discutido sobre a variação do custo da engorda e seus impactos diretos no lucro da atividade. Clique aqui e relembre!

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Ricardo Brumatti
Ricardo Brumatti
Prof. Dr. Ricardo C. Brumatti Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UFMS - Campo Grande, MS. Gestão Econômica de Gado de Corte, Análise de Mercado e Desenvolvimento de Ferramentas de Gestão.

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