quinta-feira, dezembro 4, 2025

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Custo de produção de bovinos confinados em outubro de 2025

Em outubro de 2025, o Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC) apontou estabilidade nos custos em São Paulo e nova alta em Goiás!

Os dados revelaram que os confinamentos paulistas operam nos menores custos de 2025, enquanto os goianos acumularam duas altas consecutivas, refletindo o avanço no preço dos insumos alimentares.

1️⃣ Custo da diária-boi: São Paulo registra o menor valor do ano

O custo da diária-boi (CDB) em outubro de 2025 manteve-se estável nas propriedades paulistas em relação a setembro. Em Goiás, houve aumento pelo segundo mês consecutivo, consolidando uma tendência de alta nos custos de confinamento no Estado.

Gráfico 1 — Custo da diária-boi (CDB) entre agosto e outubro de 2025 para as três propriedades representativas analisadas. CSPm: Confinamento São Paulo de tamanho médio; CSPg: Confinamento São Paulo tamanho grande; e CGO: Confinamento no estado do Goiás.

A elevação observada em Goiás foi impulsionada pelo aumento nos preços do milho (+11,6 %) e da torta de algodão (+7,8 %), enquanto em São Paulo a estabilidade se deveu à queda em itens como farelo de trigo (–4,6 %) e polpa cítrica (–1,4 %).
Essas variações explicam o contraste entre os sistemas e reforçam que a eficiência nutricional e a gestão de insumos seguem decisivas para o resultado econômico.

2️⃣ Acumulado de 2025: custos cedem em SP e sobem em GO

No acumulado do ano, o ICBC indica comportamento divergente entre os estados:

  • CSPm: –2,9 %
  • CSPg: –5,0 %
  • CGO: +2,0 %

Enquanto os confinamentos paulistas registraram redução no Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados, em Goiás os custos permanecem pressionados, principalmente pelo aumento nos preços dos insumos alimentares.

Essa diferença estadual reforça como a estratégia de compra e estocagem de insumos é hoje um fator decisivo de competitividade na pecuária confinada.

3️⃣ Custo da arroba produzida: possivelmente os menores valores do ano

Muito possivelmente, os três sistemas analisados registraram os menores custos de arroba produzida do ano nos últimos três meses — em agosto para Goiás, em setembro para CSPm e em outubro para CSPg.

SistemaMês de menor custoValor (R$/@)
CSPmsetembroR$ 256,62
CSPgoutubroR$ 255,34
CGOagostoR$ 226,32

Essa sequência de reduções mostra o avanço da eficiência operacional, principalmente em São Paulo, e a recuperação gradual dos confinamentos goianos após o pico de custos no primeiro semestre do ano.
Ainda assim, os preços de venda da arroba seguem próximos ou abaixo do custo total — mantendo a margem de lucro sob pressão.

4️⃣ Custo total de produção: estabilidade aparente, impacto real

O custo total de produção considera todos os componentes do sistema — nutrição, mão de obra, sanidade, energia, manutenção, depreciação e custo de oportunidade.
Em outubro, as variações positivas nos custos totais foram fortemente influenciadas pela alta no preço do boi magro, que subiu 1,9 % em São Paulo e 3,8 % em Goiás.

Gráfico 2 — Custo Total de produção (CT) entre setembro e outubro de 2025 para as três propriedades representativas analisadas.

Mesmo parecendo estáveis, os custos entre R$ 319 e R$ 329 por arroba exigem atenção.
O aumento do boi magro afeta diretamente o capital imobilizado na compra dos animais e, somado à Selic em 15 %, eleva o custo financeiro e o risco da operação.

5️⃣ Reflexão Final

Os dados do ICBC reforçam que resultado financeiro não depende do mercado, mas da gestão.
As reduções em São Paulo evidenciam que há espaço para ganhos de eficiência mesmo em períodos de incerteza, desde que o produtor acompanhe os indicadores, compare desempenhos e ajuste decisões com método.

Lucro não é destino, é método.
Quem mensura custos com rigor antecipa cenários, age com clareza e transforma oportunidade em resultado.
No fim, vence quem domina os custos e não quem aposta na sorte.

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✍️ Esse trabalho é feito a partir de projeto de extensão conduzido pela equipe dos Indicadores de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC) da FMVZ USP. Tayná Ferreira, Bruna Veloso, Julia Abrahão; Renata de Mori; Dr. Thiago Andrade; Dr. Gustavo Sartorello e; Prof. Dr. Augusto Gameiro.

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