quinta-feira, dezembro 4, 2025

Top 5 desta semana

Artigos relacionados

Fazendas do Mar: saiba mais da nova fronteira agrícola brasileira

As fazendas do mar representam uma alternativa viável e estratégica para diversificar a produção de alimentos, mitigar as mudanças climáticas e gerar novas fontes de renda.

Enquanto o mundo busca soluções para alimentar uma população que deve ultrapassar 9 bilhões de pessoas até 2050, surge uma nova fronteira agrícola que promete unir produtividade, sustentabilidade e inovação: o mar. As chamadas fazendas do mar, ou maricultura, representam uma alternativa viável e estratégica para diversificar a produção de alimentos, mitigar as mudanças climáticas e gerar novas fontes de renda para o produtor rural brasileiro.

O Brasil, conhecido por sua potência agrícola em terra firme, também guarda um imenso potencial inexplorado nas águas. Com aproximadamente 8.500 km de costa e uma Zona Econômica Exclusiva de mais de 3,5 milhões de km², temos condições únicas para liderar a produção de organismos marinhos, como peixes, moluscos, crustáceos e algas de forma regenerativa, rentável e conectada à nova lógica da Economia Verde Positiva.

Maricultura: cultivo marinho e regeneração ambiental

O cultivo no mar de espécies como ostras, mexilhões, camarões e algas, vem ganhando espaço em estados como Santa Catarina, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. É uma alternativa de produção com baixo impacto ambiental, sem necessidade de irrigação ou uso de defensivos químicos, além de regenerar áreas costeiras e promover biodiversidade.

As algas marinhas, por exemplo, têm aplicações em alimentos, cosméticos, bioplásticos e até fertilizantes, além disso, são grandes aliadas na captura de CO₂, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.

Piscicultura: um setor também em ascensão no agro brasileiro

Antes mesmo do mar aberto, a piscicultura em águas continentais já mostra sua força. Em 2024, o Brasil produziu 968.745 toneladas de peixes de cultivo, com crescimento de 9,2% em relação ao ano anterior. A tilápia, principal espécie criada no país, representou 68,4% da produção, com 662.230 toneladas.

As exportações também batem recordes:

  • Somente no 1º trimestre de 2025, foram exportadas 3.938 toneladas, com receita de US$ 18,5 milhões, um salto de 89% em volume e 112% em valor frente ao mesmo período de 2024.
  • Os Estados Unidos lideram como destino, absorvendo mais de 90% da tilápia brasileira exportada.
  • Outros países compradores incluem Canadá, Peru, Japão e Emirados Árabes Unidos.

Apesar do bom desempenho, as exportações ainda representam apenas 3% da produção nacional, mostrando o vasto potencial de crescimento da cadeia no mercado internacional.

Carbono Azul: a nova fonte de renda ambiental

O conceito de Blue Carbon (Carbono Azul) refere-se ao carbono capturado e armazenado por ecossistemas marinhos e costeiros como manguezais, marismas e pradarias marinhas, esses ecossistemas são mais eficientes do que as florestas tropicais na captura de carbono por hectare e já começam a ser valorizados no mercado internacional de créditos de carbono.

Para o produtor ou comunidade costeira, isso significa uma nova via de remuneração, com a conservação e restauração de ecossistemas marinhos, compondo projetos de geração de créditos de carbono azul certificados e integrando aos projetos de maricultura sustentável, que ampliam a captura e regeneração natural.

Com isso, o produtor pode ter três fontes de renda: venda de alimentos, comercialização de carbono capturado e acesso a incentivos por serviços ecossistêmicos, tudo isso inserido dentro de uma lógica de Economia Verde Positiva, onde produzir e preservar andam lado a lado.

Integração produtiva: terra, mar e inovação

A maricultura e piscicultura não concorrem com a agricultura terrestre, elas complementam e expandem as oportunidades do agro nacional. Integrar sistemas de produção, como soja, milho e peixes em tanques-rede, ou combinar áreas de cultivo com sistemas regenerativos costeiros, é uma forma de maximizar renda, diversificar riscos e acessar novos mercados.

A tendência global é clara, segundo a FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), a aquicultura será uma das principais fontes de proteína aquática consumida até 2030. O Brasil, com sua estrutura técnica, clima favorável e abundância hídrica, está pronto para assumir um papel de protagonismo também nesse novo cenário produtivo.

Projeções e oportunidades para a próxima década

O consumo de pescados cresce no Brasil, inclusive em áreas urbanas, com maior conscientização sobre alimentação saudável e rastreável. As exportações brasileiras de tilápia devem ultrapassar US$ 100 milhões/ano até 2026, com os EUA e o Oriente Médio como grandes destinos. A bioeconomia azul pode gerar empregos, atrair investimentos estrangeiros e promover inclusão social de pescadores artesanais, indígenas e comunidades tradicionais costeiras.

Agro do mar é Agro do futuro

A nova fronteira produtiva do Brasil não está apenas nas chapadas ou nos cerrados, ela também está no oceano. Com planejamento, governança e apoio técnico, podemos transformar o mar em um aliado estratégico da agricultura regenerativa, da segurança alimentar global e da nova economia climática.

As fazendas do mar simbolizam esse novo agro, tecnológico, sustentável, socialmente justo e economicamente viável. O Brasil, que já alimenta o mundo com seus grãos, carnes e fibras, agora pode nutri-lo também com peixes, algas e soluções oceânicas, e o melhor, produzindo, preservando e prosperando.

E você sabia que a COP30 escancara uma crise de identidade do ASG no Brasil, enquanto o produtor rural, a população de baixa renda e a floresta seguem como meros figurantes no espetáculo global? Clique aqui e saiba mais!

Vamos juntos transformar os desafios em oportunidade!👉 Conecte-se com a Forte Field Group: pelo Linkedin: https://www.linkedin.com/company/forte-field-group📞 Fale com a Bruna peço whatsapp: 11 98697-1673 📞

O Farmnews agora tem uma Comunidade! Mais privacidade e organização para interagir de modo seguro com nossos leitores! Clique aqui e faça parte!

Bruna Forte
Bruna Forte
Atuo há 25 anos no mercado corporativo em projetos e consultorias que envolvem tecnologia, ESG, marketing e inovação, trilhei e consolidei uma trajetória em multinacionais de tecnologia atuando estrategicamente nos segmentos da indústria e produção, cadeias produtivas do agro e setor público. Sou especialista em estratégias sustentáveis e de inovação, com o foco na Nova Economia Verde Positiva, liderando projetos que integram a jornada da transformação ESG, nos processos das empresas, impulsionando a competitividade, comunicação assertiva, educação e promovendo a gestão contínua das melhores práticas nos ambientes de negócios. Tenho expertise na estruturação de novos negócios e transformação organizacional, desenvolvendo diagnósticos, diretrizes estratégicas, políticas corporativas e gestão humanizada de equipes, apoiando empresas na implementação de estratégias corporativas e métricas de impacto. Estabeleço articulações e parcerias público-privadas, com o fim de criar conexões que facilitem empresas desenvolver soluções socioambientais inovadoras de impacto na sociedade. Minha experiência no mercado corporativo e ESG pavimentou minha atuação em outras soluções de negócios, em especial no desenvolvimento de projetos de comunicação visual corporativa e industrial com foco no ecodesing, abordando a sustentabilidade para criar experiências de clientes e estratégias de branding para o mercado do Agro. Acredito que toda estrutura de comunicação assertiva e a educação transformadora, são ferramentas poderosas para gerar impacto positivo na sociedade e na criação de pontes entre o campo e a cidade.

Artigos populares