O preço futuro do boi gordo segue pressionado em dezembro, com os contratos mais próximos do vencimento caindo mais frente aqueles que vencem na segunda parte de 2026.

Apesar da perspectiva otimista para 2026, como temos destacado no Farmnews, no curto prazo o mercado segue pressionado para baixo, tanto no físico como no futuro (B3).

O preço da referência da B3 no físico (Datagro) voltou a ficar abaixo de R$320,0 por arroba no início da segunda metade de dezembro, o que não acontecia desde o final do mês anterior. Apesar da perspectiva de novo recorde de exportação de carne bovina para um mês de dezembro em 2025 (clique aqui) e um consumo interno mais aquecido nessa fase do ano, a programação de abate das indústrias se mantém mais confortável, ainda mais que algumas delas em férias coletivas.

Isso mantém o preço do boi gordo no curto prazo mais pressionado e o que reflete também na queda no preço dos contratos futuros do boi gordo na B3, especialmente para aqueles com vencimento mais próximo, como janeiro e fevereiro de 2026 (primeira Figura).

A Figura ilustra a evolução diária do preço do preço do boi gordo (Datagro) e dos valores esperados do boi gordo na B3 (valor de ajuste), para janeiro e fevereiro de 2026, em Reais por arroba.

O fato é que o preço do boi gordo no mercado físico e futuro acumulou queda ao longo da última semana (entre 11 e 18 de dezembro). A queda no mercado futuro aconteceu para todos os contratos com vencimento em aberto na B3, com destaque a maior perda para o vencimento de janeiro de 2026 (Tabela).

A Tabela apresenta os dados do preço do boi gordo no físico (Datagro) e futuro (B3), para os vencimentos entre dezembro de 2025 e outubro de 2026, avaliado em Reais por arroba, entre 11 e 18 de dezembro.

O preço futuro do boi gordo para janeiro de 2026 voltou a se aproximar da mínima para o vencimento, cotado pouco acima de R$321,0 por arroba.

O importante é avaliar que o momento pontual de queda não anula a perspectiva mais otimista de preço para o ano de 2026, como mostram os dados apresentados na segunda Figura, com os contratos que vencem ao longo da segunda metade do próximo ano precificando uma alta mais importante, em torno de R$30,0 por arroba para outubro, por exemplo. E vale lembrar que nesse momento de pouca liquidez para os contratos com vencimento mais distante, o mais importante é avaliar a tendência. Os preços em si devem oscilar muito com o acirramento da disputa entre compradores e vendedores na B3.

A Figura abaixo apresenta dados de preço do boi gordo no mercado físico (Datagro) e dos contratos futuros, segundo B3, entre dezembro de 2025 e outubro de 2026, em Reais por arroba, no dia 18 dezembro, considerando os valores do ajuste.

Veja também que o consumo mundial de carne bovina deve cair em 2026, embora a queda esperada na demanda seja menor que a redução na oferta global. Em outras palavras, a queda na produção mundial de carne bovina deve ser maior que a queda esperada no consumo, o que tende a manter pressionados os preços do animal pronto para o abate e também do produto final para o consumidor.

Vale lembrar que a produção mundial de carne bovina deve cair em 2026, impulsionada pela expectativa de redução da oferta de animais para o abate, especialmente no Brasil, com a maior queda na produção entre os principais produtores mundiais (clique aqui). Isso porque após o recorde esperado em 2025, a produção mundial deve cair sensivelmente, de 61,95 para 61,03 milhões de toneladas em equivalente carcaça ou 1,47% (cerca de 0,90 milhão de toneladas).

Por outro lado, o consumo mundial de carne bovina deve cair 1,12% em 2026, para 59,52 milhões de toneladas em equivalente carcaça. Caso seja confirmado, será o menor patamar desde 2023. Clique aqui e confira os dados!

Veja também que o índice de preço dos alimentos mundo divulgado pela FAO voltou a ser pressionado, para cima, em 2025, resultado dos patamares recorde de preços da carne e dos produtos lácteos no mundo. Clique aqui e saiba mais!

E mudando de assunto, você sabia que o Paraguai deixou de ser apenas um produtor de commodities para se tornar um potencial Hub de Inovação para a América do Sul? Quando olhamos para o mapa da inovação agrícola na América Latina, os olhos do mundo costumam se voltar imediatamente para o Brasil, dada a sua escala continental. No entanto, estrategistas mais atentos e empresas de tecnologia ágil começaram a notar um movimento diferente. Existe um gigante silencioso, não em tamanho, mas em velocidade e eficiência, emergindo no coração do continente: o Paraguai. Clique aqui e saiba mais!

O Farmnews disponibiliza, diariamente, seus estudos de forma gratuita pelo whatsapp. Clique aqui!