A gestão dos dados no campo é muito discutida e ainda pouco praticada. Poucos, de fato, fazem uso da informação para decisões estratégicas.

Durante décadas, o valor de uma propriedade rural no Brasil era definido, principalmente, por suas características naturais: solo fértil, qualidade e disponibilidade de água, regime de chuvas estável e localização estratégica. Esses fatores continuam relevantes e são diferenciais importantes — especialmente sob a ótica de investidores e grandes produtores rurais.

Mas o cenário mudou

No século XXI, os dados se tornaram o ativo mais valioso da fazenda — e também o mais acessível. Ao contrário dos recursos naturais, que muitas vezes estão fora do controle do produtor, os dados de produção e de gestão estão inteiramente em suas mãos. E é aí que está o verdadeiro poder de transformação.

O que o agro pode aprender com as Big Techs

Parece exagero? Não é!

Empresas como Google, Microsoft, Amazon, Apple e Meta não dependem de terras ou recursos naturais — e, mesmo assim, lideram os mercados globais. O segredo? Domínio sobre os dados. Elas capturam, organizam e transformam informações em decisões estratégicas e produtos altamente rentáveis.

A agricultura e a pecuária brasileira estão diante da mesma oportunidade: usar dados para gerar valor real e sustentável no campo.

É preciso entender como a gestão dos dados pode potencializar o resultado da terra — e como o produtor precisa evoluir!

Produtividade em alta — mas é a rentabilidade que decide o jogo

A evolução tecnológica no campo é incontestável. A produtividade da soja saltou de 35 sacas por hectare nos anos 90 para mais de 60 sacas/ha em muitas regiões atualmente. Na pecuária de corte, a produtividade média avançou de 6,88 para 12,88 arrobas por hectare/ano entre 2011 e 2023, segundo o Rally da Pecuária — um salto de 87,2%.

Mas produtividade física, por si só, não garante rentabilidade. É preciso conhecer onde se ganha e onde se perde dinheiro e isso só é possível com fazendo uso da gestão dos dados!

Vale lembrar inclusive que o Farmnews destacou o fato que os controle de indicadores econômicos na pecuária ainda acontece, em geral, de modo fragmentado, com retrabalho, defasagem e limitações nas tomadas de decisões. Clique aqui e confira!

O verdadeiro diferencial está na rentabilidade por hectare, que depende de fatores como custos operacionais, logística, investimento em infraestrutura e, principalmente, gestão eficiente. Regiões como o MATOPIBA, o Pará e áreas emergentes do Mato Grosso têm se destacado não apenas por produzir bem, mas por fazer isso com inteligência, estratégia e menor custo de entrada.

E como exemplo da importância da gestão dos dados, o Farmnews tem apresentado a análise do equilíbrio entre custos e ganhos no confinamento e estudos de cenários que mostram os impactos econômicos da variação do custo da engorda no confinamento! Clique aqui e saiba mais!

Gestão de dados não é mais luxo: é a base para otimizar a rentabilidade. O agro saiu da enxada e chegou na nuvem.

Gestão por dados: o novo diferencial competitivo no agronegócio

Assim como as Big Techs diversificam seus portfólios para maximizar margens, o produtor rural moderno precisa pensar estrategicamente sobre cada hectare, cada animal e cada insumo.

O uso de ferramentas digitais, sensores, softwares de gestão e análise de desempenho está hoje ao alcance de qualquer propriedade comprometida com resultados. É possível monitorar ganho de peso por piquete, custo por arroba, desempenho sanitário do rebanho, consumo de ração e muito mais. Com essas informações, o produtor toma decisões com base em fatos, não em suposições.

Para finalizar, deixo duas perguntas:

❓ Você sabe quanto realmente é o seu lucro? Ou ainda mede seus resultados pelos ativos que consegue comprar?

❓ Quantas oportunidades você já deixou passar por não usar os dados que poderia ter a seu favor?

Quem ignora essa revolução perde valor. Quem a adota, amplia horizontes — inclusive em áreas antes consideradas marginais.

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