Alta no preço da carne bovina desafia ritmo tímido do varejo. Apesar das vendas não corresponderem às expectativas, todos os setores reajustaram os valores da carne para cima.
A segunda semana de setembro foi marcada por movimentos positivos nos preços em todos os setores. Embora o giro no varejo não tenha atingido as expectativas, o desempenho foi melhor do que o observado anteriormente, o que resultou em pedidos de reposição de estoques.
Apesar do ritmo contido, esse é o período em que o setor consegue realizar ajustes positivos, já que o consumidor dispõe de maior poder aquisitivo. Porém, ao avançar para a segunda metade do mês, esse fôlego tende a diminuir e a demanda se volta para proteínas mais acessíveis.
No mercado atacadista de carne com osso, a carcaça casada do boi capão apresentou alta na cotação de 0,7%, negociada em R$20,90/kg. Enquanto, para as demais carcaças casadas, não houve alteração na cotação. A do boi inteiro e a da novilha estão negociadas em R$19,50/kg, e a da vaca em R$19,00/kg.
No segmento de carne desossada, a média dos preços avançou 0,6%, impulsionada pelos cortes do traseiro e pelos do dianteiro.
A cotação média dos cortes do traseiro apresentou incremento de 0,7%, com 13 cortes em valorização, um em retração e outro estável. Entre os que puxaram esse cenário estão o filé mignon sem cordão e o patinho, ambos com altas de 1,5%.
Para o dianteiro, mesmo com três cortes em desvalorização, um em alta e outro sem alteração, a média de preços apresentou ajuste positivo de 0,1%. Esse resultado foi reflexo da alta do cupim, que teve ajuste de 1,4%, compensando as variações moderadas dos demais cortes em relação a ele.
No varejo, parte dos estados monitorados pela Scot Consultoria apresentou valorização na média de preços, com exceção do Rio de Janeiro, que permaneceu estável. Tanto em São Paulo quanto no Paraná, a valorização foi de 0,4%.
Em São Paulo, o movimento foi resultado do acréscimo de 11 cortes, contra oito em queda e dois sem alteração. A maior variação foi a queda da cotação da alcatra completa, que recuou 2,9%, enquanto a da picanha e do músculo apresentaram alta de 2,4%.
No Paraná, a sustentação veio de cortes com ganhos mais expressivos, como a costela, com 3,7%, e o miolo de alcatra, com 3,6%. Ao longo da semana, oito cortes registraram valorização, oito recuaram e cinco permaneceram estáveis.
Em Minas Gerais, o preço médio subiu 0,3%. Nove cortes tiveram ajustes positivos, enquanto seis apresentaram quedas ou permaneceram estáveis. O coxão duro foi o que mais se destacou, com alta de 3,6%, seguido pela picanha e o patinho, ambos com altas de 3,4%.
No Rio de Janeiro, a média se manteve inalterada. As maiores variações foram a alta de 3,5% na alcatra com maminha e o recuo de 3,3% do contrafilé. No total, sete cortes subiram, oito recuaram e seis permaneceram estáveis.
No curto prazo, a tendência é de continuidade no ritmo mais contido de alta do preço da carne bovina, com a possibilidade de retração diante do avanço da segunda quinzena do mês.

Apesar da alta no preço da carne bovina, o mercado futuro do boi gordo segue em queda, inclusive precificando queda frente a referência no físico (clique aqui). Embora a expectativa seja otimista para os meses finais do ano quando o assunto é a demanda, a oferta de animais para o abate mais concentrada devido a engorda intensiva tem pressionado os preços da arroba na B3.
O importante é avaliar o abate recorde de fêmeas no 2º trimestre de 2025. Isso porque entre abril e junho de 2025 foram abatidos 5,27 milhões de vacas e novilhas no Brasil, o que representa, além do maior valor trimestral da história, um crescimento de 16,5% frente ao mesmo período de 2024 (recorde anterior para o período do ano). Clique aqui e confira os dados!
Nesse contexto de aumento do ritmo de abate de fêmeas, temos destacado a expectativa de valorização da categoria de reposição. Aliás, o preço da arroba do bezerro segue subindo em setembro, voltando a se aproximar da máxima em 2025, mas movimento do boi gordo no curto prazo merece atenção (clique aqui). O Farmnews inclusive tem apresentado dados que fundamentam a expectativa de valorização do bezerro e a consequente redução do abate de fêmeas. Clique aqui e saiba mais.
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