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Produção de suínos no Brasil ganha destaque diante da crise na China

A eficiência de produção de suínos no Brasil ganha ainda maior importância frente aos desafios enfrentados pelo principal produtor mundial.

O fato é que o maior produtor mundial, China, enfrenta sérios problemas na produção de suínos devido o surto de peste que acomete o país (clique aqui).

E nesse cenário é importante destacar que a carne suína representa cerca de 40% do consumo global de carne. Pois é e, como resultado da peste, a produção de suínos chinesa deve desabar em 2019 (clique aqui), aumentando a importância do Brasil como fornecedor dessa carne para aquele país.

Aliás, o aumento da exportação de carne suína do Brasil já tem sido verificada em 2019, na parcial até maio (clique aqui).

E olhando para a produção de suínos no Brasil, o País apesar de ser o 4º maior produtor mundial, enfrenta diversos desafios em relação a eficiência zootécnica.

E um dos principais desafios técnicos da produção de suínos no Brasil está relacionado com o comprimento de horas de luz ao longo do dia influenciando a taxa de reprodução de matrizes.

O suíno é um animal poliéstrico anual, isto é, apresenta ciclos estrais durante todo o ano. Entretanto os suínos mostram uma redução no desempenho reprodutivo no verão e outono, proveniente de resquícios de seus ancestrais selvagens e interações ambientais, como o fotoperíodo, que é a duração do dia em relação à noite em um período de 24 horas.

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E vale destacar que a duração da luz do dia depende da estação do ano e da latitude do local. Quanto maior a latitude, maior duração de luz durante o dia no verão e menor no inverno.  

Como a atividade reprodutiva dos animais é relacionada ao período do ano mais propício para o nascimento das crias, é importante entender como o fotoperíodo pode trazer problemas reprodutivos para os plantéis.

A melatonina tem uma função de estímulo gonadotrófico, logo, quanto maior a secreção de melatonina, maior a secreção de gonadotrofinas (GnRH) e consequentemente, maior liberação dos hormônios luteinizante (LH) e do hormônio folículo estimulante (FSH), que são essenciais para as atividades reprodutivas dos animais.

Dessa forma, o maior comprimento do dia e, consequentemente uma menor secreção de melatonina, associado a temperaturas ambientes elevadas, são responsáveis pela infertilidade sazonal de suínos.

A infertilidade sazonal tem consequências diretas no desempenho reprodutivo do rebanho como: atraso na puberdade de leitoas, aumento no intervalo desmame estro, redução na taxa de partos e redução no tamanho da leitegada oriundas de coberturas realizadas no final do verão e início do outono.

As temperaturas elevadas na puberdade associadas ao fotoperíodo, retarda a manifestação do primeiro estro da fêmea, além da redução no número de matrizes desmamadas que estão em plenas condições corporais de serem inseminadas. Isso traz reflexos diretos na produção: aumento na taxa de descarte dessas fêmeas, redução na taxa de parição e tamanho da leitegada. São fatores que comprometem o fluxo de entregas do produto final da cadeia: o leitão.

A infertilidade sazonal tem reflexos importantes na produção de suínos no Brasil, uma vez que afeta os principais índices reprodutivos dos planteis, acarretando perdas econômicas para o sistema de produção.

Lembrando que entender o conceito da infertilidade pode auxiliar a tomada de decisão dentro das propriedades produtoras de suínos. Evitar que a infertilidade sazonal ocorra é praticamente impossível, mas os efeitos da sazonalidade podem ser minimizados através de manejos adequados e melhor controle do ambiente em que esses animais são criados.

E por falar na produção de suínos no Brasil, clique aqui e confira os dados da evolução da produção mundial de carnes bovina, suína e de aves ao longo dos anos.

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Ivan Formigoni

Zootecnista, Fundador do Farmnews e interessado em fornecer informações úteis aos nossos leitores!

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