Sêmen refrigerado melhora taxa de prenhez em bovinos
Pesquisadores obtém melhores resultados com o uso de sêmen refrigerado na inseminação artificial bovina em comparação ao material congelado.
O trabalho foi feito pela Embrapa no Pantanal com a participação da Esalq-USP. Os cientistas constataram um aumento de 10% nas taxas de prenhez.
As primeiras pesquisas coletaram o sêmen de três touros melhoradores em uma propriedade próxima a Corumbá (MS) e o levaram, refrigerado a cinco graus, de avião a uma fazenda no município de Pantanal do Paiaguás, no mesmo estado, para usá-lo na inseminação das fêmeas 24 horas após a coleta.
O estudo comparou cerca de 400 bovinos sob essas condições; outras 400 vacas foram inseminadas com protocolos regulares, utilizando sêmen congelado dos mesmos animais. “Tivemos 49,9% de prenhez com o congelado e 59,9% com o refrigerado. É um número bem significativo”, atesta a cientista da Embrapa, Juliana Corrêa .
Corrêa esclarece que a utilização do sêmen refrigerado requer um profissional qualificado, assim como o trabalho com outras biotécnicas aplicadas nos rebanhos bovinos. Portanto, avaliar questões relacionadas à disponibilidade de profissionais capacitados é fundamental para que o investimento tenha sucesso.
Logística também é um fator importante, mas a pesquisadora assegura que o uso do sêmen refrigerado demanda poucas exigências para sua efetividade.
Prova disso foi o sucesso da sua aplicação na região do Pantanal, que por vezes oferece dificuldade de acesso às propriedades e aos animais em função da grande extensão das fazendas.
De acordo com Corrêa, o sêmen refrigerado é colhido, diluído e mantido a uma temperatura de cinco graus até o momento da inseminação. Já o congelado, aplicado frequentemente em biotécnicas como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), é colhido e mantido a -196 °C até seu uso. Na IATF, programa-se a inseminação de várias fêmeas em um mesmo período.
O Farmnews apresenta pesquisa realizada na Unesp/Botucatu que avaliou os resultados de campo da IATF (clique aqui e saiba mais).
Para a pesquisadora, o aumento das taxas de prenhez obtidas com o sêmen refrigerado ocorre pela preservação da membrana plasmática do espermatozoide, que sofre variações menores de temperatura em relação ao congelado – aumentando, assim, sua viabilidade.
A pesquisadora explica que, para que o sêmen congelado chegue à temperatura de 196 °C negativos do nitrogênio e seja descongelado depois a 37 graus, as células passam por muitos procedimentos. Esses processos lesionam algumas delas e cerca de 50% do lote acaba perdendo a viabilidade.
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