Mapa das dores do agronegócio brasileiro: os desafios que limitam o setor!
As dores do agronegócio brasileiro quando compreendida e enfrentada de forma inteligente, pode se transformar em fonte de vantagem competitiva e desenvolvimento sustentável!
O agronegócio brasileiro é uma das mais poderosas forças produtivas do planeta, mas sob a superfície de recordes de exportação e safras históricas, existe um território repleto de desafios que ainda impedem milhões de pequenos e médios produtores de alcançarem sua verdadeira prosperidade. Esse território, que denomino de “Mapa das Dores”, revela os pontos de maior vulnerabilidade do setor: crédito, preço, tecnologia, logística, conectividade, segurança e EVP.
Vale lembrar a importância da base da pirâmide do agro do Brasil. Isso porque existe muita Riqueza na Base da Pirâmide do Agro Brasileiro que (ainda) está muito pouco aproveitada. Em outras palavras, existe demanda, existe produção, existe digitalização em alta. Falta modelo de negócio e governança voltados para a base da pirâmide do agro brasileiro! Clique aqui e saiba mais!
Essas dores não são apenas obstáculos — são também mapas de oportunidade. Cada uma delas, quando compreendida e enfrentada de forma inteligente, pode se transformar em fonte de vantagem competitiva e desenvolvimento sustentável para o país.
1. Crédito: o oxigênio que não chega à base
O crédito rural ainda é o calcanhar de Aquiles do pequeno produtor. A burocracia, a falta de garantias reais e o custo financeiro elevado afastam quem mais precisa de recursos. Enquanto grandes grupos acessam linhas específicas com taxas atrativas, o agricultor familiar enfrenta uma jornada complexa e muitas vezes desanimadora. O futuro do crédito no campo passa pela digitalização e pela criação de sistemas de confiança baseados em dados e rastreabilidade, capazes de reduzir o risco percebido pelos agentes financeiros.
2. Preço: o dilema entre o custo e o valor
A volatilidade dos preços agrícolas é outro ponto crítico. O pequeno produtor, que raramente tem acesso a ferramentas de hedge ou gestão de risco, é o elo mais exposto às oscilações de mercado. Falta inteligência de dados e educação financeira. O caminho está na integração entre plataformas digitais de comercialização e sistemas preditivos de inteligência de mercado, que permitam ao produtor planejar melhor e precificar de forma justa sua produção.
3. Tecnologia: muito além das máquinas
Quando se fala em tecnologia no agronegócio brasileiro, ainda há quem pense em tratores e drones. Mas a verdadeira transformação ocorre nos sistemas digitais de gestão, conectividade, rastreabilidade e análise de dados.
O problema é que a adoção dessas ferramentas ainda é desigual — as grandes fazendas avançam rapidamente, enquanto o pequeno produtor fica à margem. Democratizar o acesso à tecnologia é essencial para nivelar a produtividade e a competitividade do campo brasileiro.
4. Logística: o Brasil que produz mais do que transporta
A dor logística é antiga e conhecida. Estradas precárias, fretes altos e falta de armazéns regionais transformam a eficiência produtiva em gargalo estrutural. Não basta produzir bem — é preciso escoar com inteligência. Investimentos em infraestrutura, integração multimodal e armazenamento descentralizado podem reduzir custos e melhorar margens, especialmente para quem opera na base da pirâmide produtiva.
5. Conectividade: o elo invisível da nova era rural
Sem internet, não há agricultura digital. Mas milhões de propriedades rurais brasileiras ainda vivem em zonas de sombra tecnológica. Isso significa exclusão: sem conectividade, não há acesso a crédito digital, plataformas de gestão, capacitação ou mercados. A expansão de redes 4G, 5G e LPWAN (como LoRa e Sigfox) é vital para incluir o produtor rural na economia de dados.
6. Segurança: física, digital e jurídica
O produtor rural enfrenta hoje três tipos de insegurança: a física, causada por furtos e invasões; a digital, proveniente da crescente exposição de dados; e a jurídica, derivada da insegurança regulatória e ambiental. O futuro da segurança no campo exige governança, transparência e uso de tecnologias integradas de monitoramento e rastreamento, aliadas à proteção legal e institucional.
7. EVP (Economia Verde Positiva): o novo nome do bom senso e da rentabilidade
ECONOMIA VERDE POSITIVA não é um modismo imposto ao produtor — é a evolução natural de uma prática que ele já conhece bem: produzir de forma sustentável, com propósito e rentabilidade. No entanto, é preciso traduzir os conceitos da ECONOMIA VERDE POSITIVA para a linguagem do campo, mostrando que sustentabilidade sem lucro é assistencialismo, e lucro sem responsabilidade é curto-prazismo. O equilíbrio entre ambos é o verdadeiro caminho da prosperidade rural.
Do diagnóstico à ação
O “Mapa das Dores” não é um retrato pessimista, mas um guia estratégico. Identificar essas dores é o primeiro passo para tratá-las. O segundo é unir esforços entre cooperativas, governos, universidades, startups e produtores, criando um ecossistema capaz de transformar cada desafio em oportunidade.
A riqueza que o Brasil busca não está apenas nas commodities que exporta, mas na base da pirâmide produtiva — nos milhões de produtores que sustentam a segurança alimentar e a bioeconomia do país. A eles, devemos não apenas políticas públicas, mas sobretudo respeito, conhecimento e ferramentas digitais acessíveis.
Renato Seraphim destaca para o fato de não existe crise no agronegócio, mas um ajuste cíclico que expõe as vulnerabilidades do setor diante de gargalo logístico, volatilidade e necessidade de agregar valor do produto! Clique aqui e saiba mais!
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