A China novamente prorrogou o prazo da investigação sobre importação de carne bovina e possíveis medidas para proteger a indústria local.

A crescente demanda por carne bovina pelos chineses aumentou os rumores e os receios sobre medidas que possam proteger o mercado local do aumento das importações de carne bovina. E, claro, como o Brasil é o principal país exportador para a China, as atenções e consequências se voltam para o País e o que tem contribuído para manter especulado e pressionado o mercado futuro do boi gordo (clique aqui), como temos destacado no Farmnews.

O fato é toda essa conversa, de investigação e possível salvaguarda da China para a exportação de carne bovina começou no final de 2024 e o prazo para finalização do estudo já havia sido prorrogado para novembro de 2025. Agora o prazo foi novamente estendido, para janeiro de 2026.

A questão fundamental desse processo é que a demanda por carne bovina chinesa tem aumentado muito acima da capacidade de produção do país, o que aumenta a necessidade de compra do produto no mercado internacional, como mostram os dados da primeira Figura.

A Figura apresenta os dados de produção, consumo de carne bovina na China, em milhões de toneladas em equivalente carcaça, segundo dados do USDA

A diferença negativa entre a capacidade atual de produção de carne bovina na China e a demanda do país asiático tem aumentado ao longo dos anos e em 2025 deve ficar próxima de 4,0 milhões de toneladas em equivalente carcaça.

E ao mesmo tempo em que a demanda aumenta em ritmo forte, a produção tem crescido menos. Isso porque entre 2017 e a expectativa para 2025 a produção deve subir 21,9%, aumentando de 6,35 milhões de toneladas em equivalente carcaça para 7,74 milhões de toneladas em equivalente carcaça. No mesmo intervalo de tempo é esperado um aumento de demanda de 59,7%.

E isso, claro, tem consequência no aumento da compra de carne bovina no mercado internacional, especialmente do Brasil (segunda Figura), com oferta e preço competitivos.

A Figura apresenta os dados de importação de carne bovina do Brasil pela China, em mil toneladas métricas, no acumulado até outubro, segundo dados da COMEX.

A importação de carne bovina do Brasil pelos chineses foi recorde em 2025, até outubro, com alta de 21,8% frente a 2024.

A demanda internacional pela carne bovina brasileira tem aumentado e não apenas pela China. A suspensão do “tarifaço” pelos EUA é sinal da cada vez maior dependência mundial do produto brasileiro (clique aqui). E não é apenas a China e EUA que tem aumentado a compra em 2025. Os países da UE são outro forte exemplo de aumento de demanda (clique aqui). E vale ficar atento a Rússia (clique aqui), Indonésia (clique aqui) entre outros.

Aliás, os dados parciais da exportação de carne bovina brasileira no acumulado dos primeiros 14 dias úteis de novembro já confirmaram novo recorde para um mês de novembro, em 2025 (clique aqui). E inclusive há possibilidade que nova máxima mensal seja alcançada, superando o recorde anterior, justamente de outubro.

O preço do bezerro voltou a renovar a máxima em 2025 (clique aqui) e a descolar do boi gordo no final de novembro, o que reforça a preocupação com a relação de troca e o poder de compra do pecuarista no momento de repor o rebanho.

E mudando de assunto, o Farmnews apresentou os dados da relação de troca de bezerros por boi gordo que voltou aos patamares próximos da mínima histórica em 2025, pouco acima do valor observado em 2015 e 2021. A relação de troca de bezerros por gordo em 2021 foi de, em média, 2,11, valor acima da média parcial de 2025 de 2,21. Em 2026 essa relação de troca pode sim cair ainda mais, com a esperada alta no preço do bezerro, o que reforça a importância do planejamento e análise de mercado, ainda mais diante de um mercado cada vez mais volátil. Clique aqui e saiba mais!

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