O mercado futuro do boi gordo voltou a ficar mais procurado, especialmente para o contrato com vencimento em dezembro de 2025.
Na parcial de novembro (19), o número de contratos em aberto no mercado futuro do boi gordo na B3 voltou a subir, após acumular duas semanas consecutivas de queda, também influenciado pelo encerramento das negociações de outubro, de maior liquidez, e pela forte queda na expectativa do preço da arroba que pode ter afugentado os investidores, especialmente Pessoa Física.
No final de outubro (30), as posições em aberto no mercado futuro do boi gordo somaram 49.552 contratos, enquanto em novembro (13) esse valor caiu em torno de 10.000, para 39.570 contratos em aberto na B3. Na parcial de novembro (19), esse valor voltou a subir, para 41.501 contratos.
O contrato para vencimento em novembro apesentou, em novembro (19), 12.867 posições em aberto na B3, queda de 16,8% frente a semana anterior (15.461). Em relação ao final de outubro, a queda no número de contratos em aberto para novembro de 2025 foi ainda maior, de 31,8%.
Por outro lado, as posições em aberto para o vencimento em dezembro de 2025 seguem aumentando (Figura). Em novembro (19) o número de contratos em aberto para dezembro foi de 18.534, valor 22,4% acima do observado na semana anterior e 53,0% maior que as posições em aberto no final do mês anterior.
A Figura apresenta dados do número de contratos em aberto no mercado futuro do boi gordo (B3) para os vencimentos de novembro dezembro de 2025, entre o final de julho e a parcial de novembro (19).

O número de contratos em aberto no mercado futuro do boi gordo voltou a subir, com destaque a procura pelo vencimento em dezembro de 2025.
O preço esperado do boi gordo para dezembro de 2025 renovou a mínima para o vencimento em novembro, abaixo de R$315,0 por arroba e cerca de R$5,0 abaixo da referência no físico (clique aqui). O mercado físico segue descolado do futuro e isso pode estar contribuindo para a maior procura do investidor pelo vencimento de dezembro.
Esse cuidado de avaliar o que acontece na B3 com os fundamentos do mercado pecuário é fundamental para evitar decisões precipitadas e também para que um planejamento bem feito, baseado em inteligência de mercado, não seja comprometido. É preciso atenção e avaliar os dados com cautela. Nossa percepção é que o mercado deve seguir em alta, especialmente em 2026, apesar das quedas pontuais.
O importante aqui é não esquecer que o mercado futuro é especulado e as percepções mudam, embora as justificativas para essa mudança sejam pouco convincentes na nossa opinião. A questão da possível maior rigidez do governo chinês para a exportação de carne bovina brasileira é um assunto que não é novidade.
O fato é que o mercado futuro do boi gordo não precisa se explicar, ele é volátil e os investidores especulam ou se protegem. Em um momento ele pode precificar alta e em outro momento, queda, isso é normal. O que buscamos é contribuir para que o produtor saiba identificar o que muitas vezes é um movimento na B3 que pode estar descolado do físico.
É importante avaliar, nesse contexto, que o preço do bezerro renovou a máxima de 2025 em novembro e deve seguir em alta (clique aqui), o que coloca um sinal de alerta importante na relação de troca. O poder de compra do pecuarista no momento de repor o rebanho é uma das preocupações (clique aqui).
No entanto, com o abate recorde de fêmeas ao longo dos últimos anos (clique aqui) e a consequente menor oferta de bezerros e uma demanda crescente por carne bovina, especialmente internacional (clique aqui), o preço do boi gordo deve seguir pressionado, para cima, ainda mais com a expectativa de redução na oferta de fêmeas para o abate. É o ciclo pecuário de longo prazo em sua fase de alta.
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