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Incertezas predominam no mercado de carne bovina após caso da gripe aviária

O Farmnews Indica

As incertezas no mercado de carne bovina no final de maio reduziram o volume de negociações, pressionando os preços em São Paulo.

No mercado atacadista, os preços recuaram em todas as categorias.

No segmento de carne com osso, a carcaça casada do boi capão caiu 3,4%, negociada em R$21,15/kg, e a do boi inteiro caiu 2,9%, cotada em R$19,65/kg. A carcaça da vaca sofreu desvalorização de 3,9%, comercializada a R$18,65/kg, enquanto a da novilha recuou 3,2%, apregoada em R$19,50/kg.

No setor de carne sem osso, o preço médio recuou 1,0%. Nos cortes do traseiro, a média caiu 0,8%, com queda generalizada entre os cortes, exceto para o filé mignon sem cordão, que subiu 0,3% e pelo filé mignon com cordão, que se manteve estável. Nos cortes do dianteiro, a média caiu 1,8%. A única exceção foi o cupim, que permaneceu estável.

No varejo, o ritmo lento das vendas impactou os preços médios em todos os estados monitorados pela Scot Consultoria, que registraram estabilidade e queda. Em São Paulo e em Minas Gerais, o preço médio geral dos cortes recuou 0,1%, enquanto no Paraná e no Rio de Janeiro não houve alteração.

Em São Paulo, embora cortes como o miolo de alcatra e a picanha tenham subido 3,7% e 2,0%, respectivamente, a maioria dos cortes registrou queda – 11 cortes em baixa, seis em alta e quatro estáveis.

Em Minas Gerais, a maior parte dos cortes não teve alteração, porém, o destaque foi para a picanha, que caiu 2,2%.

No Paraná, as variações foram mais moderadas, com maior alteração para a alcatra completa que caiu 1,9%, e para a fraldinha que subiu 1,4%. No Rio de Janeiro, foram observadas oito altas, sete quedas e seis estabilidades em cortes. O maior recuo foi da maminha, com 1,9%, e a maior alta foi a da costela, com 1,7%.

As incertezas no mercado de carne bovina predominam no final de maio, assim como no mercado futuro do boi gordo, mais especulado desde o caso da gripe aviária (clique aqui).

Ponto de atenção no curto prazo para a notificação feita em maio (15) pelo Ministério da Agricultura (MAPA), sobre a ocorrência de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o que resultou na suspensão das exportações de carne de frango para diversos países. Em atualização em maio (21), o MAPA informou que mais de 30 parceiros comerciais haviam imposto restrições à carne de frango brasileira, sendo 20 com restrição válida para todo o território nacional.

O Farmnews inclusive apresentou dados das exportações de carne de frango do Brasil entre janeiro e abril, nos anos de 2018 e 2025 (clique aqui) e também dados que mostram o ritmo de compra dos principais países importadores dessa proteína, do Brasil (clique aqui).

E o que isso interfere no mercado da carne bovina? Pontualmente, a carne de frango antes destinada à exportação passa a ser direcionada ao mercado interno, aumentando a oferta e pressionando os preços dessa proteína. Com o frango mais barato e considerando o perfil do consumidor brasileiro, há uma tendência de redução no consumo de carne bovina – por apresentar maior valor agregado em relação às demais proteínas animais – reforçando a pressão negativa sobre seus preços.

Esse movimento já vem sendo observado principalmente no atacado, com menor procura por parte do varejo para reposição de estoques, o que tem elevado o volume armazenado nas câmaras frigoríficas. No curto prazo, o cenário deve seguir pessimista, com vendas restritas e tendência de queda nas cotações.

Vale destacar, no entanto, que pelo menos até a parcial de maio (20), o preço da carne de frango segue no maior patamar nominal histórico, apresentando apenas leve queda de preço desde a confirmação do caso da gripe aviária no País (clique aqui).

Tabela. Preços médios dos cortes sem osso no mercado atacadista de São Paulo, em R$/kg.

É importante destacar também que o preço do bezerro descolou ainda mais do preço do boi gordo ao longo de maio (clique aqui), o que refletiu na menor demanda pela reposição. O Farmnews inclusive apresentou dados mensais do preço nominal do bezerro, avaliado em Reais por arroba, entre janeiro de 2020 e a parcial de maio de 2025. Clique aqui e confira!

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