Plantas de cobertura e sua importância na agricultura e pecuária
Como o nome já diz, as plantas de cobertura têm a finalidade de cobrir o solo, protegendo-o contra processos erosivos e a perda de nutrientes.
Porém a função das plantas de cobertura não se limita a isso, já que muitas são usadas para pastoreio, produção de grãos e sementes, silagem, feno e como fornecedoras de palha para o sistema de plantio direto.
E vale destacar que algumas espécies de plantas de cobertura como o milheto e as braquiárias possuem a capacidade de reciclar nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas que serão cultivadas em sucessão e, no caso da maioria das leguminosas, como fixadoras do nitrogênio atmosférico.
Estas características das plantas de cobertura podem contribuir para reduzir custos de produção, especialmente com fertilizantes químicos.
As plantas de cobertura quando adequadamente utilizadas se constituem em estratégia para melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. Além do mais, são essenciais para incrementos de matéria orgânica do solo.
A capacidade produtiva do solo é altamente dependente do teor de matéria orgânica. Em geral, em áreas com altos rendimentos são observados elevados teores de matéria orgânica.
A matéria orgânica é importante para a maior retenção de água no solo, pela disponibilidade de nutrientes para as plantas e pela estruturação do solo.
E as espécies vegetais utilizadas como cobertura do solo auxiliam no controle de plantas daninhas, de doenças, de nematoides e de pragas, beneficiando diretamente as culturas sucessoras.
O fato é que não existe uma espécie de planta de cobertura que se adeque a toda e qualquer condição ecológica. Para cada ambiente e dependendo da cultura sucessora, deverá haver um conjunto de espécies mais adequadas.
É fato que o uso de plantas de cobertura tem uma certa “restrição” de boa parte do setor produtivo, já que não resulta em retorno financeiro direto e imediato. No entanto, os reflexos e entraves dos sistemas de produção atuais, baseados em sucessão de cultivos (ex.: soja/milho), indicam de forma clara o papel dessas espécies na diversificação e viabilidade dos sistemas de produção.
Respondendo diretamente ao questionamento proposto no título desse artigo, podemos dizer que plantas de cobertura são espécies cultivadas visando em última análise a melhoria do ambiente de produção.
Vale destacar que a produção brasileira de carne bovina deverá ter uma evolução de 2% ao ano na próxima década.
O crescimento, que poderá acumular 22% em dez anos, será baseado no uso crescente de sistemas conjugados em pastagens e grãos (clique aqui e saiba mais).