O preço futuro do boi gordo encerrou 2025 pressionado e no menor valor, especialmente para os contratos mais próximos do vencimento, devido a medidas que restringem a exportação de carne bovina do Brasil para a China sem tarifa adicional de exportação.

O contrato para vencimento em janeiro de 2026 renovou a mínima, cotado a R$313,9, valor 1,4% ou R$4,6 por arroba abaixo da referência no físico (Datagro) no final de 2025.

Ao longo de dezembro, o contrato que vence no primeiro mês de 2026 acumulou queda de 3,0% ou R$9,6 por arroba, já que o último valor de novembro foi de R$323.5 por arroba. No mercado físico, o preço da referência Datagro ficou mais estável, com o valor final de 2025 em R$318,4 por arroba.

O Farmnews também apresentou o comportamento de preço do boi gordo, bezerro, milho e soja ao longo de 2025, considerando a variação diária acumulada dessas commodities, em relação ao valor que encerrou o ano anterior (2024). E o destaque de alta, avaliando o último preço de 2025 com o último valor praticado em 2024, foi o bezerro. Na mesma base de comparação, o milho foi o destaque negativo Clique aqui e confira!

A Figura apresenta a evolução diária do preço esperado do boi gordo para janeiro de 2026 (B3, valor de ajuste), em Reais por arroba.

O preço futuro do boi gordo encerrou 2025 nos menores patamares para os vencimentos ao longo de 2026, com maior pressão de queda para os contratos que vencem nos primeiros meses do próximo ano (Tabela).

Como mostram os dados da Tabela abaixo, o preço do boi gordo no mercado físico (Datagro) ficou mais estável quando comparado ao mercado futuro. Os contratos para vencimento na primeira metade de 2026 foram os mais pressionados, para baixo, na mínima.

A Tabela apresenta os dados do preço do boi gordo no físico (Datagro) e futuro (B3), para os vencimentos entre dezembro de 2025 e outubro de 2026, avaliado em Reais por arroba, entre 19 e 30 de dezembro.

O importante é reforçar que apesar da pressão de queda, a perspectiva para 2026 segue otimista, como mostram os dados da segunda Figura que revelam uma tendência de alta mais consistente ao longo da segunda metade do próximo ano.

Ainda é cedo para avaliar os impactos da decisão chinesa, de criar cotas de exportação, não apenas para o Brasil, mas para seus principais fornecedores. Caso o Brasil exceda a cota de exportação de carne bovina para o país asiático, uma tarifa adicional de 55,0% será aplicada.

O Brasil, principal país exportador de carne bovina para a China terá uma cota de 1,106 milhão de toneladas sem tarifa adicional. Vale lembrar que na parcial de 2025, até novembro, a venda de carne bovina in natura do Brasil para o país asiático somou 1,49 milhão de toneladas métricas, valor 35,5% acima da cota estabelecida. Em 2024 o valor foi de 1,32 milhão de toneladas.

Aliás, clique aqui e confira a evolução histórica dos dados de importação de carne bovina brasileira pelos chineses entre 2015 e 2025.

A Figura abaixo apresenta dados de preço do boi gordo no mercado físico (Datagro) e dos contratos futuros, segundo B3, entre dezembro de 2025 e outubro de 2026, em Reais por arroba, no dia 30 dezembro, considerando os valores do ajuste.

É preciso lembrar também que a necessidade de importação de carne bovina para atender a demanda interna da China é grande e segue nos maiores patamares históricos, em torno de 3,70 milhões de toneladas em equivalente carcaça. O consumo deve ficar muito próxima da expectativa de queda na produção de carne bovina no país asiático, o que tende a manter estável a necessidade de importação do país para atender a demanda doméstica. Clique aqui e saiba mais!

Ainda é cedo para avaliar os impactos da decisão chinesa no mercado pecuário brasileiro. O importante é observar que apesar do recorde de vendas para a China, a participação do País asiático no total embarcado de carne bovina do Brasil, em 2025, segue abaixo dos patamares observados em 2022 e 2023, quando inclusive ficou acima de 60,0%.

Vale destacar que embora o ritmo de compra chinesa siga aumentando, a importância do país asiático tem se mantido relativamente estável, já outros países têm igualmente aumentado a importação de carne bovina do Brasil. Isso porque a carne bovina do Brasil tem sido cada vez mais disputada no mercado internacional, não apenas pela China, de longe nosso maior cliente.

Além do país asiático, os EUA (clique aqui), a Rússia (clique aqui) entre outros, tem aumentado o ritmo de compra em 2025, assim como nossos vizinhos, emboa em patamares muito mais modestos de compra, como a Argentina (clique aqui), o Paraguai (clique aqui) e o próprio Uruguai (clique aqui) e isso merece atenção, pois a carne bovina brasileira está mais competitiva no mercado internacional.

E mudando de assunto, o preço do bezerro foi o destaque positivo de 2025, descolando do boi gordo, se aproximando da máxima nominal histórica de 2021 e com perspectiva de novas altas para 2026, mas cuidado com o otimismo exagerado!  Claro, o que todos querem saber é qual a expectativa de preço esperado para o próximo ano. Bom, mas antes vamos relembrar como foi 2025. Clique aqui e confira!

Veja também que o preço do boi gordo em 2025 foi 22,5% maior que a média nominal de 2024, enquanto o bezerro subiu 31,5% na mesma base de comparação. Clique aqui e confira os dados médios anuais do preço do boi gordo, bezerro, milho e soja entre 2018 e 2025.

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