O preço futuro do boi gordo segue pressionado, com o vencimento para janeiro renovando a mínima e precificando queda frente ao físico.
Como temos destacado no Farmnews, apesar da perspectiva otimista para 2026, o mercado futuro do boi gordo se mantém pressionado para os contratos com vencimento mais próximo em dezembro, em especial para o contrato de janeiro e fevereiro.
O preço da referência da B3 no físico (Datagro) voltou a ficar abaixo de R$320,0 por arroba no início da segunda metade de dezembro, apesar da demanda aquecida no mercado interno (clique aqui) como externo (clique aqui). Como a programação de abate das indústrias segue mais confortável, ainda mais que algumas delas em férias coletivas, a pressão de queda nas cotações aumenta pontualmente, o que reflete na queda nas cotações também no mercado futuro.
O contrato para janeiro de 2026 foi cotado pela primeira vez abaixo do físico em dezembro (19), como mostram os dados da primeira Figura, indicando a força do movimento de queda no mercado futuro. E aqui vale reforçar para os movimentos especulativos de curto prazo, especialmente em um mercado marcado por uma menor liquidez nesse período do ano. Temos destacado para o fato do período do ano favorecer a pressão de queda nos preços, no mercado físico e futuro do boi gordo
E por falar em liquidez, o número de posições em aberto no mercado futuro do boi gordo (B3) subiu pela segunda semana consecutiva na parcial de dezembro, mas o aumento foi pequeno e o número de contratos segue abaixo do observado nos meses anteriores (clique aqui). Isso mostra o baixo apetite do investidor pelo risco nesse momento.
A Figura ilustra a evolução diária do preço do preço do boi gordo (Datagro) e dos valores esperados do boi gordo na B3 (valor de ajuste), para janeiro e fevereiro de 2026, em Reais por arroba.

O fato é que o preço do boi gordo no mercado físico e futuro acumulou queda ao longo da última semana (entre 12 e 19 de dezembro). A queda no mercado futuro aconteceu para todos os contratos com vencimento em aberto na B3, com destaque a maior perda para o vencimento de janeiro e fevereiro de de 2026 (Tabela).
A Tabela apresenta os dados do preço do boi gordo no físico (Datagro) e futuro (B3), para os vencimentos entre dezembro de 2025 e outubro de 2026, avaliado em Reais por arroba, entre 12 e 19 de dezembro.

O preço futuro do boi gordo para janeiro de 2026 renovou a mínima para o vencimento, cotado abaixo de R$320,0 por arroba e precificando queda frente a referência no físico pela primeira vez.
O importante é reforçar que o momento pontual de queda não anula a perspectiva mais otimista de preço para o ano de 2026, como mostram os dados apresentados na segunda Figura. Os dados inclusive mostram a maior queda acumulada para os contratos com vencimento mais próximo. Embora os contratos com vencimento mais distante sigam com pouca liquidez, o investidor segue mais cauteloso em precificar queda nos patamares atuais de preço, especialmente para o segundo semestre. No entanto, com o mercado mais especulado, não seria surpresa que movimentos de queda forte também aconteçam de modo generalizado. Como temos destacado, fundamento é fundamento e mercado futuro é mercado futuro. Eles se convergem em determinado momento, mas ao longo do tempo distorções acontecem, é normal e precisamos saber identificá-las quando possível.
Vale lembrar que a produção mundial de carne bovina deve cair em 2026, impulsionada pela expectativa de redução da oferta de animais para o abate, especialmente no Brasil, com a maior queda na produção entre os principais produtores mundiais (clique aqui). Isso porque após o recorde esperado em 2025, a produção mundial deve cair sensivelmente, de 61,95 para 61,03 milhões de toneladas em equivalente carcaça ou 1,47% (cerca de 0,90 milhão de toneladas).
Nesse momento de pouca liquidez para os contratos com vencimento mais distante, o mais importante é avaliar a tendência. Os preços em si devem oscilar muito com o acirramento da disputa entre compradores e vendedores na B3.
A Figura abaixo apresenta dados de preço do boi gordo no mercado físico (Datagro) e dos contratos futuros, segundo B3, entre dezembro de 2025 e outubro de 2026, em Reais por arroba, no dia 19 dezembro, considerando os valores do ajuste.

Veja também que o consumo mundial de carne bovina deve cair em 2026, embora a queda esperada na demanda seja menor que a redução na oferta global. Em outras palavras, a queda na produção mundial de carne bovina deve ser maior que a queda esperada no consumo, o que tende a manter pressionados os preços do animal pronto para o abate e também do produto final para o consumidor.
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