Setembro Amarelo e suicídio no campo: você sabia que a mortalidade por suicídio entre trabalhadores da agropecuária é maior que em outros grupos ocupacionais?
Os números mostram: trabalhadores da agropecuária estão mais expostos ao sofrimento psíquico e ao suicídio. Falar sobre isso salva vidas e organizar cuidado médico, comunitário e espiritual faz diferença concreta.
Setembro é o mês de prevenção ao suicídio no Brasil, a campanha Setembro Amarelo, liderada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), convida todo o país a quebrar o silêncio e buscar ajuda.
Por que precisamos falar disso no Agro?
Pesquisas brasileiras vêm apontando maior mortalidade por suicídio entre trabalhadores da agropecuária do que em outros grupos ocupacionais. Estudos coordenados pela UFBA/Fiocruz mostram esse risco elevado e crescimento ano a ano, algo observado em diversos países agrícolas.
Setembro amarelo e o suicídio no campo: a maior mortalidade por suicídio entre os trabalhadores rurais acende sinal de alerta e reforça a discussão sobre o tema no setor!
Além disso, transtornos mentais comuns (ansiedade, humor deprimido, insônia, irritabilidade) têm alta prevalência entre agricultores, associada a fatores de vida e trabalho no campo, isolamento, jornadas extensas, incertezas de preço e clima.
Há também fatores ambientais e ocupacionais que agravam o quadro. Revisões e estudos no Brasil associam exposição a defensivos agrícolas a sintomas depressivos e aumento de risco de comportamento suicida, enquanto boletins oficiais registram milhares de intoxicações todos os anos.
O clima extremo pesa, secas prolongadas aumentam estresse, ansiedade e depressão em comunidades dependentes da agricultura, realidade reconhecida pelo próprio Ministério da Saúde.
No plano nacional, o Ministério da Saúde e a OPAS/OMS lançaram em 2024 a versão em português do guia “Viver a Vida”, que reúne estratégias de prevenção baseadas em evidências. Em 2022, o Brasil notificou 16,4 mil mortes por suicídio, dados que não foram atualizados nos anos seguintes.
Mas é de conhecimento que ocorrências como essas estão aumentando, visto os casos na região do Rio Grande do Sul, após o desastre das enchentes que deixaram diversos produtores a margem de prejuízos com a perda de lavoura e animais, sem apoio do Estado e as linhas de financiamento se tornam cada vez mais burocráticas para acesso.
Vemos também ações irresponsáveis de órgãos ambientais que estão confiscando animais e propriedades nas regiões do Norte, deixando famílias desesperadas e que levaram proprietários de terras em condições tão terríveis, que quando se vem sem o seu único meio de vida, acabam infelizmente tirando suas vidas.
O que funciona: cuidado médico e ações práticas no campo
As medidas de maior impacto combinam saúde, gestão, família e comunidade e podem ser aplicadas em propriedades, cooperativas ou associações.
Falar e acolher de forma responsável, como conversar com alguém que está sofrendo não aumenta o risco, ao contrário, abre caminho para ajuda. Organize rodas de conversa com funcionários, canais internos e treinamentos de “primeira escuta”, para que pessoas do entorno possam identificar sinais. O humor deprimido persistente, a desesperança, o isolamento, a fala sobre morte e as mudanças bruscas de comportamento exigem encaminhamento imediato à um profissional especializado.
Mapeie os picos de carga (colheita/plantio), reorganize jornadas, crie rodízios e pausas. O apoio no planejamento financeiro e mediação de dívidas, tudo isso reduz estressores críticos.
A dimensão da fé?
Religiosidade e espiritualidade frequentemente aparecem como fatores protetores para sofrimento psíquico, ampliam rede de apoio, promovem sentido e pertencimento e se associam a menor ideação suicida em diferentes estudos. Isso não substitui o tratamento médico, mas pode complementá-lo com acolhimento comunitário (pastorais, líderes religiosos, grupos de oração).
Se você está sofrendo, ou conhece alguém que está, tenha certeza que você não está sozinho, procure ajuda especializada, como:
O Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende gratuitamente pelo número 188, disponível 24 horas, via telefone, chat ou e-mail.
O SUS / CAPS da sua cidade para atendimento especializado em saúde mental.
Em casos extremos de emergência, ligue 192 (SAMU), se houver risco imediato, busque companhia e não deixe a pessoa sozinha até chegar apoio profissional.
Cuidar de gente é cuidar do Agro! A lavoura aguenta geada, seca e praga com tecnologia, manejo e cooperação, a nossa mente também precisa de cuidado técnico e de amparo humano. Falar e acolher salva vidas.
Que cada propriedade, cooperativa e família rural colha a escuta, o respeito e a esperança. E que a fé de cada um, do jeito que for, se some ao cuidado médico e comunitário para sustentar quem sustenta o Brasil.
E reafirmo, vocês não estão sozinhos!
Links disponíveis para ajuda: CV 188: https://cvv.org.br/?utm_source=chatgpt.com e SUS / CAPS: https://www.gov.br/saude/pt-br
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