quinta-feira, dezembro 4, 2025

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Pecuária de corte e lucro: o desafio de uma retomada lenta!

Os números não mentem e mostram uma realidade que o produtor sente no bolso: as margens da pecuária de corte encolheram!

Quem vive da pecuária de corte sabe que o mercado é feito de ciclos. Tivemos anos de euforia, especialmente entre 2020 e 2022, quando a lucratividade parecia não ter limites e o otimismo era a regra. Contudo, a festa acabou, e a ressaca dos últimos dois anos tem sido amarga.

Os números não mentem e mostram uma realidade que o produtor sente no bolso: as margens da pecuária de corte encolheram drasticamente, e o desafio agora é navegar em um cenário de recuperação lenta, onde a eficiência se tornou a palavra de ordem para sobreviver e, quem sabe, voltar a prosperar.

Uma análise histórica dos valores econômicos para o ciclo completo é como uma fotografia dessa montanha-russa. A Figura que vai de 2018 a 2024 ilustra perfeitamente o auge, com o lucro estimado atingindo seu pico em 2021, superando os R$119 por unidade. De lá para cá, o que vimos foi uma queda livre, com a lucratividade despencando para cerca de R$66 em 2024. O mais preocupante é o que está por trás dessa queda: enquanto as receitas, representadas pela barra azul, se estabilizaram em um patamar mais baixo, os custos operacionais, na barra vermelha, continuam elevados. É a tempestade perfeita, onde se fatura menos e se gasta mais, espremendo o lucro de uma forma que não víamos há tempos.

Diante desse cenário desafiador, a pergunta que fica é: existe saída? A resposta está em como cada um decide tocar a sua fazenda. A segunda Figura, que detalha a lucratividade por sistema produtivo em 2024, é um verdadeiro mapa do tesouro. Ele mostra que, embora a média do setor esteja sofrendo, o impacto não é o mesmo para todos. Sistemas extrativistas ou de baixa tecnologia amargam um lucro quase simbólico, com R$1,59 por hectare ao ano. Em contrapartida, sistemas que investem em tecnologia e intensificação colhem resultados drasticamente diferentes, chegando a mais de R$2.680 por hectare.

Fica claro, portanto, que na pecuária de corte esperar passivamente por uma melhora nos preços da arroba não é uma estratégia viável.

A recuperação do setor será lenta, e o protagonismo estará com o produtor que encarar a gestão como parte essencial do negócio. Investir em tecnologia, seja em genética, nutrição, sanidade e manejo de pastagens, deixou de ser um diferencial para se tornar uma condição básica de sobrevivência. O caminho para sair da crise e se preparar para o próximo ciclo de alta passa, inevitavelmente, pela porteira da eficiência e da intensificação.

Esses dados podem ser acessados em: www.ricardobrumatti.pro.br/painel-mercado 

A perspectiva de preço segue otimista para os próximos anos como temos destacado no Farmnews. E por falar no assunto, confira os dados históricos do preço do bezerro (clique aqui) e do boi gordo (clique aqui). No entanto, é importante ressaltar que preço alto não implica, necessariamente, em maior lucro!

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Ricardo Brumatti
Ricardo Brumatti
Prof. Dr. Ricardo C. Brumatti Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UFMS - Campo Grande, MS. Gestão Econômica de Gado de Corte, Análise de Mercado e Desenvolvimento de Ferramentas de Gestão.

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