Sustentabilidade

Como monetizar sustentabilidade e proteger o futuro da propriedade rural

O Farmnews Indica

Existem formas de monetizar sustentabilidade e o produtor, além de atender as exigências globais por produção responsável, pode adotar mecanismos de valorização para lucrar mais!

O agronegócio brasileiro está cada vez mais no centro das exigências globais por produção responsável, rastreável e de baixo carbono. Em vez de enxergar isso como custo, é hora de virar o jogo: há mecanismos de valorização que permitem ao produtor lucrar mais, acessar novos mercados e ainda proteger juridicamente sua terra e atividade produtiva. Créditos de Carbono, Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), Sistemas Agroflorestais (SAFs) e Modelos Regenerativos, são mecanismos que podem ser desenvolvidos em diferentes escalas, com retorno financeiro real.

A pergunta que se impõe, portanto, não é “qual escolher?”, mas “qual combinação oferece melhor retorno técnico, econômico e ambiental para o meu perfil de produção?”.  Não se trata de uma decisão única e absoluta, e sim de uma estratégia personalizada e escalável, que considere o porte da propriedade, o nível de organização da produção, o grau de assistência técnica disponível e a capacidade de acessar mercados mais exigentes e valorizados.

Mas afinal, o que são os mecanismos de valor agregado no campo?

São práticas, tecnologias e modelos de negócio que ampliam o potencial de rentabilidade da propriedade rural além da produção agrícola tradicional. Eles permitem que o produtor gere receita adicional, acesse novos mercados, reduza riscos legais e ambientais, e aumente o valor da terra e dos produtos com base em ações sustentáveis.

Em outras palavras, o conceito de monetizar sustentabilidade vem do uso de ferramentas que transformam boas práticas ambientais e sociais em lucro real, com retorno financeiro, segurança jurídica e competitividade no mercado. Conheça os principais modelos!

Projetos de Crédito de Carbono: Representam a redução comprovada de emissão de gases de efeito estufa ou o aumento do sequestro de carbono no solo ou na vegetação. Cada tonelada de CO₂ equivalente que deixa de ser emitida ou é removida da atmosfera, podendo gerar um crédito e ser vendido no mercado nacional ou internacional.

PSA – Pagamento por Serviços Ambientais: Um mecanismo previsto pela Lei 14.119/21, onde o produtor recebe por preservar florestas, recuperar áreas degradadas ou conservar recursos hídricos. O pagamento pode ser via governo, empresas ou fundos climáticos, oferecendo remuneração por cuidar do que antes era uma obrigação silenciosa.

SAF – Sistemas Agroflorestais: Trata-se da integração entre culturas agrícolas, árvores e às vezes criação de animais. Aumenta a biodiversidade, reduz o uso de insumos químicos e ainda pode permitir obtenção de créditos ou acesso a financiamentos verdes.

Modelos Regenerativos: É a agricultura que melhora o solo, retém água e captura carbono, baseada em rotação de culturas, plantio direto, uso de bioinsumos, integração lavoura pecuária floresta (ILPF) ou o mais agregador de valor, integração lavoura pecuária floresta e energia (ILPFE). É cada vez mais valorizada por compradores internacionais e pode gerar certificações premium, valorizando o preço de venda da produção.

Viabilidade por porte de produtor: o que se encaixa para quem?

A identificação de perfil do produtor é fundamental para entender qual modelo encaixa melhor em cada realidade e como cada projeto pode gerar resultados financeiros reais, sem comprometer a produção nem sobrecarregar a gestão. A análise a seguir foi estruturada e alinhada com dados oficiais, conforme critérios utilizados pelo IBGE, MAPA e o Plano Safra, embora haja obviamente variações de dimensão por região:

Pequeno Produtor: Produção familiar, mão de obra própria, baixo nível de mecanização e acesso limitado a crédito ou assistência técnica, área até 50 ha.

Modelos mais viáveis de projeto: PSA, SAF e Agricultura Regenerativa.

Custos estimados: Baixo. O produtor pode buscar a assistência técnica pública e apoio institucional de entidades do setor.

Benefícios Financeiros: O PSA pode gerar entre R$ 200 a R$ 800/ha ao ano. As SAFs aumentam a produtividade e diversificam a renda.

Médio Produtor: Produção comercial moderada, uso de tecnologia intermediária, já com acesso a linhas de crédito e programas governamentais, áreas entre 51 a 500 ha.

Modelos mais viáveis: Créditos de Carbono analisando as particularidades da produção, PSA, SAF e Agricultura Regenerativa.

Custos estimados: Médio, pois existe um modelo mais complexo de implantação, monitoramento e documentação.

Benefícios Financeiros: Créditos de carbono podem gerar R$ 1.500 a R$ 3.000/há, com retorno entre 5 a 10 anos e acesso a financiamentos verdes.

Grande Produtor: Alta produtividade, estrutura empresarial, acesso a mercados externos, financiamento privado e projetos de larga escala, direcionados para propriedades acima de 500 ha.

Modelos mais viáveis: Todos os modelos, incluindo as certificações internacionais, que podem ser realizadas ao longo dos projetos.

Custos estimados: Alto, pois exige uma estrutura uma estrutura de corpo técnico especializado e o processo das auditorias são bem complexas.

Benefícios Financeiros: Receita significativa com créditos de carbono, acesso a mercados premium e investimentos verdes.

É importante salientar que os projetos não se condicionam somente aos critérios ambientais, as práticas sociais têm um peso expressivo e é auditado, assim como a validação de todas as documentações referentes à propriedade, por isso, é extremamente importante que o produtor esteja 100% regularizado.

Lucro e proteção: por que aderir?

Em um cenário cada vez mais pressionado por fiscalizações ambientais, restrições de mercado e insegurança jurídica no campo e o atual cenário macroeconômico, aderir a mecanismos de valor agregado é mais do que uma escolha estratégica, é uma medida de proteção patrimonial. Esses projetos comprovam o uso produtivo e sustentável da terra, fortalecendo a defesa do produtor contra embargos, desapropriações e disputas fundiárias.

Além disso, essas iniciativas diversificam a fonte de renda, permitem acesso aos financiamentos verdes com juros mais baixos e aumentam o valor de mercado da propriedade. Ou seja, são ferramentas que reduzem riscos, geram lucro e ainda posicionam o produtor como protagonista da nova economia verde positiva.

E como começar?

O mais importante é saber que o produtor não precisa esperar ter tudo pronto para começar, a jornada rumo ao valor agregado no campo pode ser iniciada com os recursos e práticas que já estão ao alcance da propriedade.

A Forte Field Group, consultoria especializada em projetos de Economia Verde Positiva no Agronegócio, trabalha justamente com esse princípio: apoiar o produtor a começar com o que tem, orientar as primeiras ações viáveis e, a partir dos resultados iniciais, estruturar a evolução técnica, legal e financeira do projeto. Isso permite que o pequeno, médio ou grande produtor avance em etapas, de forma segura, com visão estratégica e retorno contínuo, sempre alinhando lucro, proteção patrimonial e sustentabilidade real para quem produz.

Produzir, proteger e prosperar

O futuro do agronegócio está nas mãos de quem enxerga além e entende que produzir com inteligência inclui preservar, planejar e proteger. Os mecanismos de valor não são promessas distantes ou burocracias vazias, mas sim, oportunidades reais de transformar a propriedade rural em um ativo ainda mais rentável, respeitado e resiliente. A boa notícia é que já existem caminhos prontos, acessíveis e adaptáveis a cada perfil de produtor. O desafio agora é começar o quanto antes, para obter uma maior a vantagem competitiva, menor o risco e maior o retorno do seu negócio.

Vale lembrar que a sustentabilidade tem sido muito debatida no Farmnews. Alguns temas foram destaques, como:

  • Nova era do agro: integração lavoura, pecuária, floresta e energia. Clique aqui!
  • Conservação do solo e sua relação com o lucro sustentável. Clique aqui!
  • Gases de efeito estufa: novos requerimentos para a agricultura brasileira. Clique aqui!
  • Como o ESG pode influenciar na inflação dos alimentos, seja na queda como também na alta dos preços. Clique aqui!
  • Agricultura regenerativa: o que é e como ela pode ajudar o produtor rural brasileiro? Clique aqui!

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Bruna Forte

Atuo há 25 anos no mercado corporativo em projetos e consultorias que envolvem tecnologia, ESG, marketing e inovação, trilhei e consolidei uma trajetória em multinacionais de tecnologia atuando estrategicamente nos segmentos da indústria e produção, cadeias produtivas do agro e setor público. Sou especialista em estratégias sustentáveis e de inovação, com o foco na Nova Economia Verde Positiva, liderando projetos que integram a jornada da transformação ESG, nos processos das empresas, impulsionando a competitividade, comunicação assertiva, educação e promovendo a gestão contínua das melhores práticas nos ambientes de negócios. Tenho expertise na estruturação de novos negócios e transformação organizacional, desenvolvendo diagnósticos, diretrizes estratégicas, políticas corporativas e gestão humanizada de equipes, apoiando empresas na implementação de estratégias corporativas e métricas de impacto. Estabeleço articulações e parcerias público-privadas, com o fim de criar conexões que facilitem empresas desenvolver soluções socioambientais inovadoras de impacto na sociedade. Minha experiência no mercado corporativo e ESG pavimentou minha atuação em outras soluções de negócios, em especial no desenvolvimento de projetos de comunicação visual corporativa e industrial com foco no ecodesing, abordando a sustentabilidade para criar experiências de clientes e estratégias de branding para o mercado do Agro. Acredito que toda estrutura de comunicação assertiva e a educação transformadora, são ferramentas poderosas para gerar impacto positivo na sociedade e na criação de pontes entre o campo e a cidade.
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