Passou da Hora de Revisitar o Plano Safra: Modelo Precisa ser Revisto!

Diante das transformações econômicas, climáticas e financeiras ao longo dos anos, o Plano Safra precisa urgentemente ser revisto!
O Plano Safra é uma das mais importantes políticas públicas voltadas ao agronegócio brasileiro, especialmente para viabilizar o acesso ao crédito, financiar insumos, equipamentos e fomentar a produção nacional de agroprodutos. No entanto, diante das transformações econômicas, climáticas e financeiras ao longo dos anos, o modelo precisa urgentemente ser revisto. A questão central já não é o volume de recursos anunciados, mas a qualidade, acessibilidade, segurança e coerência da política com os desafios vividos no campo.
Recursos em Nível Recorde! Mas, com Juros Mais Altos
Todos os anos, o governo federal anuncia valores crescentes para o Plano Safra, o que pode causar a impressão de progresso, ou feitos para questões eleitoreiras. Entretanto, esse aumento numérico esconde um problema estrutural: as condições de financiamento estão se deteriorando. Juros elevados, exigências burocráticas e critérios de acesso desiguais impedem que o crédito chegue com eficiência ao produtor. Na prática, o que temos é mais dinheiro disponível, mas menos segurança e viabilidade para quem precisa de fato produzir.
Analisando os últimos planos, apesar do incremento, os juros subiram entre 1,5 e 2 pontos percentuais para o setor empresarial, oscilando entre 8,5% e 14% a.a., reflexo da Selic em 15%. Esse valor contrasta com os de até 3% a.a. reservados para linhas do Pronaf relacionadas a alimentos da cesta básica.
- Crédito para agricultura empresarial: R$516,2 bilhões, alta de 1,5% em relação ao ciclo anterior (R$ 508,6 bilhões).
- Focada na agricultura familiar: R$89 bilhões, sendo R$78,2 bilhões para o Pronaf, crescimento de 17% desde o ano passado (R$76 bi).
- Operações e acessos: a safra anterior registrou 1,67 milhão de contratos, aumento de 26% e crescimento de 21% no volume financiado.
Todo Plano Precisa de Gestão de Risco e Segurança Jurídica
Produzir no Brasil é conviver com riscos diários: clima, preços internacionais voláteis, insegurança fundiária e fragilidade contratual. Apesar disso, a política agrícola ainda carece de um sistema sólido de gestão de risco, que ofereça proteção efetiva ao produtor e segurança jurídica à sua atividade. Sem essas garantias, o crédito torna-se uma armadilha e o campo, um ambiente de incerteza que favorece o endividamento, a paralisação de investimentos e o crescimento das recuperações judiciais.
A fragilidade jurídica do produtor rural persiste, recuperações judiciais crescentes, como alternativa para enfrentar dívidas impagáveis, indicam crise de cerca de 1,2 mil recuperações no agronegócio em 2024. Uma solução que não vejo mais como paliativa e sim como suicida, pois concentra-se numa atuação emergencial e não na prevenção sistêmica de endividamento.
Agroindustrialização e Armazenagem: Os Vetores para Agregar Valor
Um dos grandes gargalos da política agrícola brasileira é a ausência de incentivo estruturado à agroindustrialização. Além disso, a precariedade da infraestrutura de armazenagem compromete o escoamento, eleva perdas e fragiliza o poder de negociação do produtor. Sem estímulos consistentes à verticalização da produção e à logística, o campo continua sendo exportador de matéria-prima bruta, perdendo valor e renda.
O apoio à agroindustrialização é mínimo, existe o incentivo à compra de maquinários, mas o produtor precisa de incentivos pelas agroindústrias e cooperativas locais. Óbvio que a questão de infraestrutura e armazenagem não está somente condicionada às políticas agrícolas, temos um grande problema político e ideológico que congela iniciativas de expansão por exemplo, dos modais logísticos, onde ONGs e partidos do submundo acionam o poder supremo exigindo bloqueios de obras com a narrativa de sempre: levar a infraestrutura de escoamento irá invadir territórios de povos originários, destruir a biodiversidade, como o exemplo da Ferrogrão, que apesar de inúmeros estudos sobre mitigação do impacto ambiental apresentados, não sai do papel, e só sairá no dia que o interesse pelas de segundas intenções.
A eficiência da cadeia produtiva depende mais do que plantar e colher: é preciso armazenar, conservar e distribuir e priorizar a expansão da capacidade de armazenagem e distribuição, especialmente nas regiões produtoras distantes dos grandes centros. A falta de silos, centros de distribuição e rotas logísticas bem estruturadas impede o planejamento de mercado e contribui para perdas pós-colheita que poderiam ser evitadas com investimentos estratégicos.
Crise de Juros: O Campo Sob Pressão
A política monetária do governo federal, ao manter a taxa Selic elevada, impacta diretamente o custo do crédito rural, inviabilizando muitos dos financiamentos oferecidos no Plano Safra. Mesmo com recursos disponíveis, as taxas de juros abusivas pressionam a margem de lucro do produtor e o empurram para a inadimplência. O resultado é um ciclo vicioso de endividamento e judicialização, que corrói a base produtiva do país e desestimula a permanência no campo, sobretudo entre os pequenos e médios produtores. Porém, um governo com total irresponsabilidade fiscal, que está explodindo de gastar e que mais parece um garimpeiro descontrolado em busca de pepitas de ouro para aumentar impostos também, não podemos esperar outro resultado, a não ser que o controle do Banco Central fosse anexado à sua tutela, o que seria a beira do abismo do país.
O Que o Agro Precisa Agora?
Chegou o momento de ressignificar o Plano Safra como uma política agrícola real, e não apenas como um plano de crédito sazonal. Isso significa tratar o campo com estratégia de longo prazo, foco em produtividade, justiça no financiamento, apoio à industrialização e gestão de risco.
Sem essa reestruturação, o agronegócio continuará carregando nas costas o peso de uma política que promete, mas não entrega a segurança necessária para manter o Brasil como potência agroambiental.
Um Plano Safra pensado como política de Estado, não apenas como mecanismo de crédito, depende da reforma desses pilares. É caminho para transformar o discurso em prática, alavancar produtividade, garantir renda e frear a escalada de dívidas no setor agrícola. Se alinhado com inovação, sustentabilidade ambiental, segurança jurídica em um ambiente e estabilidade econômica, esse plano pode consolidar o Brasil como protagonista global no agronegócio não só em números, mas em desenvolvimento inclusivo e sustentabilidade financeira.
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