Inovação

Agtech Meeting 2025: tendências de um agro em rápida transformação!

O Farmnews Indica

O tema do Agtech Meeting de 2025 foi “Agro em Movimento: Intersecções e Oportunidades”, com destaque para temas como mudanças climáticas, inteligência artificial e dinâmica geopolítica!

Nos dias 30 e 31 de outubro de 2025, em Piracicaba (SP), mais de 1.700 participantes reuniram-se para a 11º edição do Agtech Meeting, promovido pela PwC Brasil via seu hub de inovação PwC Agtech Innovation.

O tema deste ano foi “Agro em Movimento: Intersecções e Oportunidades”, com o objetivo de provocar reflexões sobre como megatendências — como mudanças climáticas, inteligência artificial e dinâmica geopolítica — estão redesenhando o agronegócio ao conectá- lo com setores como energia, logística, tecnologia, construção, saúde e consumo.

Principais Destaques do Evento

Aqui seguem os pontos que mais chamaram a atenção — e que me parecem relevantes para agtechs, startups e quem atua no agronegócio inovador.

1.  Interdisciplinaridade e “setores conectados”

O evento enfatizou que o agro já não é uma bolha isolada:

  • Painéis como “Fuel and Power | O agro é energia” exploraram como o campo entra na transição energética — biocombustíveis, biomassa, alterações regulatórias.
    • Em “Build | O agro é construção”, infraestrutura rural ganhou destaque — água, transporte, armazenamento, instalações — como alicerces da inovação no agro.
    • Em “Move | O agro é mobilidade”, logística, conectividade, dados e mobilidade no agro foram debatidos.

Essa “conexão entre cadeias” é importante porque abre novos mercados para agtechs — não apenas como “tecnologia para lavoura”, mas como “tecnologia para infraestrutura ag-ri, logística, saúde do solo, energia do agro”.

2.  Digitalização, IA e 4ª Revolução Industrial

Painéis como “Make | O agro é indústria” destacaram que o agro está entrando na era da automação, da integração entre físico e digital, e da inteligência artificial aplicada.

Para agtechs isso significa que o “menos tecnologia” já não será diferencial — quem não usar dados, IA, conectividade, automação, ficará para trás ou será apenas mais um.

3.  Ecossistema de inovação e protagonismo de startups

O evento foi estruturado em espaços imersivos para troca, networking e vivência: o “Lab de Futuros”, o “Espaço Conexão”, as mesas-redondas.

Startups residentes no hub da PwC foram expondo soluções reais — o que mostra que o setor quer soluções aplicáveis, não apenas ideias. Isso gera oportunidade para agtechs que estão em fase de escala ou pilotagem.

4.  Finanças, governança e escalabilidade

Houve painéis voltados a “Fund C Insure | O agro é investimento”, “Connect C Compute | o agro é conectividade”. Para uma startup ou agtech isso deixa claro: não basta ter boa tecnologia — é preciso governança, modelo de negócio, viabilidade financeira, escalabilidade, e capacidade de se conectar com capital e mercado.

5.  Sustentabilidade, cuidado e propósito

Painéis como “Feed | O agro é alimento” e “Care | O agro é cuidado” mostraram que o agronegócio está sob pressão para entregar não só volume, mas qualidade, rastreabilidade, impacto social e ambiental.

Para as agtechs, isso representa uma oportunidade dupla: soluções que ajudam a atingir metas ESG ou de impacto social são valorizadas — e também exigem maturidade para lidar com complexidade regulatória e de cadeia.

Minha Opinião: Por que o evento foi importante para agtechs?

Como consultor sênior e mentor de agtechs, acredito que o Agtech Meeting 2025 desempenhou um papel estratégico fundamental, pelos seguintes motivos:

  • Visibilidade e validação de mercado: Estar num evento com mais de 1.700 participantes, com corporações, startups, investidores e produtores reunidos, permite que a agtech seja vista — e testada. A validação em fóruns desse tipo dá credibilidade.
  • Aceleração da “mindset de ecossistema”: O evento reforça que o agro não se revoluciona sozinho — precisa de parcerias com outros setores. Para uma startup, isso significa buscar alianças além do típico produtor ou agrônomo: pensar em logística, energia, dados, conectividade.
  • Trigger para o modelo de negócio e escalabilidade: Se um painel debate investimentos e governança, isso coloca luz sobre o que investidores e grandes players esperam — métricas, capacidade de crescimento, digitalização, replicabilidade. Agtechs devem internalizar isso desde cedo.
  • Orientação para impacto e sustentabilidade: O agro de amanhã exigirá responsabilidade ambiental e social. Agtechs que pensarem apenas em “mais produção” talvez percam competitividade ou oportunidade. A sustentabilidade e rastreabilidade agora são componentes chaves.
  • Conexão com tendências de longo prazo: Inteligência artificial, mudanças climáticas, geopolítica — temas que normalmente pareciam “fora” do agronegócio — foram colocados no centro. Isso obriga agtechs a projetarem o futuro, não apenas reagirem ao presente.

Recomendações para agtechs que participaram do AgTech Meeting 2025, ou se preparam para participar de novos eventos

Com base no que vi no evento, recomendo:

  1. Revisite seu “value proposition” de modo a considerar não só o produtor, mas outros elos da cadeia (logística, energia, saúde animal ou vegetal, construção, conectividade). Expanda o escopo.
  2. Teste escalabilidade e replicabilidade: demonstre que sua solução pode ser aplicada em diferentes regiões, culturas, tipos de produtores — ou que pode se adaptar para diferentes indústrias interseccionadas.
  3. Estruture métricas e governança desde o início: mesmo em estágios iniciais, mostre que você pode reportar resultados, KPIs, impactos (ambientais, sociais, econômicos). Isso será crítico para atrair investimento ou parcerias com empresas maiores.
  4. Desenvolva alianças estratégicas: o evento mostrou que inovação no agro raramente nasce em silos. Busque parcerias com universidades, institutos, startups complementares, corporações, até agentes de infraestrutura ou energia.
  5. Prepare-se para ambiente regulatório, ESG e “bem-estar” como diferenciais: a cadeia está demandando rastreabilidade, transparência, bioinsumos, nutrição, saúde. Sua solução pode ganhar destaque se antecipar essas demandas.
  6. Invista em foresight e cenário futuro: use metodologias de “Lab de Futuros” para se posicionar para 2030/2035 — não apenas o próximo ciclo agrícola. Isso ajuda a ver onde estará o mercado e onde pode surgir oportunidade de rupturas.

Minha conclusão geral sobre o evento:

O Agtech Meeting 2025 não foi apenas mais um evento de agronegócio, foi um laboratório de visão, conexão e aceleração para o agro que está em rápida transformação!

Para agtechs, ele fornece não somente tendências, mas exigências: conectar‐se, escalar, ter propósito, incorporar tecnologia profunda e modelos de negócio robustos.

Se você é parte desse ecossistema (como sei que você é, considerando seu envolvimento com inovação, agronegócio e agtechs), aproveitar a agenda e os insights do evento será um diferencial competitivo. O agro está em movimento — e as agtechs que se movimentarem com ele, em intersecção com outros setores, estarão no centro da transformação.

Oportunidades que eu mapiei para as Agtechs e Empreendedores: Tema 1: Energias Transição Energética

Oportunidades detectadas:

  • No painel “Fuel and Power | O agro é energia”, discutiu-se o papel do agro como fonte de energia, biocombustíveis, biomassa e a interseção entre campo e matriz energética.
  • A lógica é que o agro deixa de ser só “produção de alimentos” e passa a ser “produtor de energia, insumos e serviços” — o que cria novos espaços de negócio.

Recomendações para agtechs:

  • Avalie se sua solução pode se adaptar ou se estender para o segmento energético: por exemplo, monitoramento de biomassa, logística de bioenergia, rastro energético no campo, eficiência energética nas operações agrícolas.
  • Desenvolva parcerias com empresas de energia e utilities ou projetos de biogás/biomassa: o agro está entrando no mapa energético, então alianças com empresas de energia ou governo podem abrir mercado.
  • Inclua métricas de redução de carbono ou de eficiência energética no seu “pitch” / modelo de negócio — isso já está virando diferencial.
  • Considere pilotos em produtores que têm unidades de energia ou biomassa (ex: usinas, agroindústria) para mostrar solução em “campo real”.

Tema 2: Logística, Mobilidade e Conectividade Oportunidades detectadas:

  • No painel “Move | O agro é mobilidade”, abordou-se “smart logistics: eficiência, automação e conectividade no agronegócio”.
  • O evento destacou que a conectividade, dados e mobilidade (incluindo veículos autônomos ou rastreamento) estão ganhando espaço no agro.

Recomendações para agtechs:

  • Verifique se sua plataforma ou solução pode incorporar rastreamento, telemetria, sensores, conectividade IoT ou automação de logística agrícola.
  • Pense no “elo perdido” da cadeia: armazenamento, transporte, distribuição — muitas agtechs focam na lavoura, mas esquecem a logística pós-campo.
  • Busque integrar com parceiros de transporte/logística ou fornecedores de soluções de mobilidade: o agronegócio demanda soluções que cruzem fazenda-mercado com eficiência.
  • Explore serviços de dados para logística (por exemplo: otimização de frotas agrícolas, previsão de demanda para transporte, menor ociosidade). Isso pode abrir novo modelo de receita.

Tema 3: IA, Automação e Indústria 4.0 no Agro Oportunidades detectadas:

  • No painel “Make | O agro é indústria”, falou‐se da “Nova Revolução Industrial e a IA como força motriz”. A digitalização do campo, integração físico-digital, e uso de IA para produção e tomadas de decisões estão no foco.

Recomendações para agtechs:

  • Se ainda não o fez, inclua módulos de IA ou machine learning no seu roadmap: predição de rendimento, otimização de insumos, detecção de falhas etc.
    • Trabalhe com escala e replicabilidade: IA exige dados (em volume e qualidade). Construa base de dados, histórico e cadastre pilotos para treinar modelos.
    • Posicione seu produto como “fábrica de dados + decisões” e não apenas “instrumento”. Isso ajuda a atrair atenção de grandes players que querem digitalizar.
    • Pense em integrações com outras indústrias (manufatura, automação, robótica) — as “intersecções” são tema do evento.

Tema 4: Sustentabilidade, Bioinsumos e Cadeia de Cuidado Oportunidades detectadas:

  • No painel “Care | O agro é cuidado”, discutiu‐se agro como “cuidado”: nutrição, bioativos, bem-estar, produção ética. A rastreabilidade, a preocupação ambiental e social, regeneração e novas cadeias de valor foram temas centrais.

Recomendações para agtechs:

  • Avalie se sua tecnologia pode aplicar-se a bioinsumos, microbiota do solo, rastreabilidade de insumos ou produção regenerativa; esses nichos estão em ascensão.
  • Prepare-se para dar suporte a métricas ESG ou de bem-estar: muitos compradores e grandes mercados exigem relatórios de impacto, rastreabilidade, transparência.
  • Ofereça “impacto mensurável”: por exemplo “redução de x % de uso de fertilizante”, “ganho de biodiversidade”, “redução de pegada de carbono” — isso eleva o valor da solução.
  • Explore mercados de “valor agregado”: alimentos funcionais, cadeias premium, consumidores finais ou exportação que exigem critérios de sustentabilidade — sua AgTech pode capturar essa camada.

Tema 5: Finanças, Governança, Acesso a Capital Oportunidades detectadas:

  • No painel “Connect C Compute | O agro é conectividade” falou‐ se de conectividade, financiamento e infraestrutura como base da inovação.
  • Também o foco em “Fund C Insure | O agro é investimento” e como novas formas de financiamento e seguro estão emergindo no agro.

Recomendações para agtechs:

  • Desde cedo, estruture seu modelo de negócio para demonstrar escalabilidade, governança, indicadores claros (KPIs) e maturidade organizacional — isso facilita acesso a capital.
  • Pense em produtos ou serviços que facilitem seguro agrícola, mitigação de risco, crédito rural digital — esse é um espaço de crescimento.
  • Desenvolva parcerias com fintechs, seguradoras ou bancos que atuam no campo: esses players buscam tecnologia para inovar seus produtos no agro.
  • Prepare-se para as exigências de due-diligence: muitas grandes empresas ou investidores vão querer saber sobre propriedade intelectual, compliance, histórico de piloto, impacto etc.

Aplicação para o seu contexto — como você, enquanto consultor e mentor de agtechs, pode usar isso

Dado que você tem uma vasta experiência em tecnologia digital aplicada ao agronegócio e atua como mentor/consultor, recomendo que você:

  • Utilize essa matriz de oportunidades para ajudar as agtechs que você orienta a identificarem qual dos temas acima se alinha melhor ao seu core business, e onde estão as maiores “lacunas de mercado” no Brasil.
    • Em seus processos de mentoria ou diagnóstico, insira um módulo de “mapa de intersecções” — ou seja: para cada AgTech, mapeie as indústrias que ela pode atender além da agricultura (energia, logística, construção, saúde etc.).
    • Apoie as agtechs a definirem Roadmap de Maturidade que cobrem tecnologia, modelo de negócio, governança, impacto e escalabilidade — inspirado nos requisitos que apareceram no evento.
    • Ajude-as a preparar pitches ou documentos de apresentação que falem essas “intersecções” (por exemplo: “Nossa solução atende agro + logística + energia”), mostrando maior amplitude de valor.
    • Utilize o evento como “âncora de rede”: incentive que as agtechs participem de fóruns, labs, hubs semelhantes, para construir visibilidade, parceiros e credibilidade.

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Renato Seraphim destaca também para o fato de não existir crise no agronegócio, mas sim um ajuste cíclico que expõe as vulnerabilidades do setor diante de gargalo logístico, volatilidade e necessidade de agregar valor do produto! Clique aqui e saiba mais!

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